Vai ser em breve lançada numa edição de Gradiva
"Wânya,Escala em Orongo"
de Nelson Dias
sobre texto de Augusto Mota.
"Wânya – escala em Orongo" é a prova evidente de que pode existir uma banda desenhada portuguesa de qualidade." Vasco Granja
"Fiquei espantado pelas virtualidades, nunca poderia imaginar uma tal obra-prima e por autores portugueses! Logo, propus dar início a uma campanha de difusão – tanto quanto possível vasta e, mesmo, além fronteiras. Em Dezembro de 1973, Wanya – Escala em Orongo consumou-se em álbum e, a partir de então, teve uma notável carreira pública. Mas os autores não esqueceram aqueles trâmites e, em especial, o envolvimento que o fanzine Copra havia estimulado, com um destacável de Boomovimento." de um dos textos do prefácio-José Matos Cruz
Quando o livro saiu eu era miúdo, não o percebi muito bem. Felizmente tinha um irmão mais velho que me ensinava a ver as coisas – graças a ele vi, “antes de tempo”, os Clowns de Fellini, O Sétimo Selo de Bergman, um documentário a preto e branco sobre Bob Dylan, o fabuloso desenho animado Yellow Submarine, foi-me dado ouvir Procol Harum, os The Who, Led Zepellin, o António Correia de Oliveira, o José Mário Branco, os restantes cantautores que rasgavam este país, o Gainsbourg e a Jane Birkin, o rock psicadélico. Um mundo. Portugal nos anos que antecederam o 25 de Abril era a preto e branco, ainda, mas estava a ficar menos cinzento. Mário Castrim escrevia sobre televisão, Vilhena dava outro sabor ao conceito de riso à socapa, Nuno Bragança publicara A Noite e o Riso, Herberto Hélder e Mário Cesariny andavam por aí. E havia um milagre, já mais antigo, um dos muitos milagres à portuguesa, só que desta feita sem pastorinhos: os livros não iam à censura prévia, só póstuma. Em 1973, Wanya é um desses milagres, uma típica ave rara a prenunciar uma era nova. 1973, senhores! É obra.
Melhor dito: é uma obra. Obviamente, não percebi o livro, embora o tenha comprado e guardado preciosamente. E ainda bem que não o percebi – era para adultos, o livro. "de um dos textos do prefácio-Rui Zink
"A peça gráfica em que Wanya se apresentava tinha um aspecto invulgar para álbum de BD, de formato praticamente quadrado, em cuja capa sobressaía, e surpreendia, uma ilustração a preto e branco, simbiose entre ficção científica e erotismo. Importa dizer que o álbum estava a ser editado em Dezembro de 1973. Ao virar de quatro folhas do calendário outro tempo viria, mas o arrojo da obra de Nelson Dias, desenhador, e Augusto Mota, argumentista, que correspondia e até ampliava a impressão, de algo de transgressor, transmitida pela capa, mesmo numa fase política de maior abertura, causou espanto. E até pressagiava novas surpresas na BD, e não só."de um dos textos do prefácio-Geraldes Lino
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