quem somos

QUEM SOMOS







O Casa Amarela 5B -Jornal Online surge da vontade de vários artistas, de, num esforço conjunto, trabalharem no sentido de criar uma relação forte com o público e levando a sua actividade ao seu conhecimento através do seu jornal online.

Este grupo de artistas achou por bem dedicar o seu trabalho pintorNelsonDias, https://www.facebook.com/pages/Nelson-Dias/79280420846?ref=hl cuja obra terá sido muito pouco divulgada em Portugal, apesar de reconhecido mérito na banda desenhada, a nível nacional e internacional e de várias vezes premiado em bienais de desenho e pintura.


Direcção e coordenação: Maria João Franco.
https://www.facebook.com/mariajoaofranco.obra
contactos:
franco.mariajoao@gmail.com
+351 919276762


Friday, May 28, 2010

GIL TEIXEIRA LOPES /MATILDE MARÇAL para lá do tempo

Gil Teixeira Lopes, ser em que toda a força anímica se guarda e expande quando todos os factores são adversos.
Artista nas mais variadas vertentes criativas, desde a pintura ao desenho e à escultura.
Gravador dos mais premiados a nivel internacional.

Este homem que tem vencido os desencantos e as submersões com a luta pela vida, sobrevivendo a cada instante num respirar profundo e sentido, é hoje apesar de todas as erosões a que foi submetido”mesmo as de origens mais obscura”como refere Rocha de Sousa , e será sempre uma das figuras grandes do mais profundo e rico pensamento plástico.
Professor Jubilado da Faculdade de Belas Artes de Lisboa, Gil Teixeira Lopes é mais um exemplo da opacidade do silêncio com que as críticas e recém chegadas curadorias se entretêm a pescar em turvas águas, emergentes “girinos”, como que a ajardinar de uma forma curiosa e precária a cultura plástica de um país pobre em informação autêntica, fundamentada em conceitos independentes e universalmente válidos.
Prémio Internacional de Gravura, Gil Teixeira Lopes vê a sua obra reconhecida ao olhos do mundo.
E bom e saudável seria que este binómio Figura- Obra fosse divulgada sem assombros ou e com todos os critérios disponiveis pelas nossas Instituições culturais.
"Os homens não chegam a um entendimento, pois dispõem a sua existência a partir de um acordo com a escala da pirâmide fatal. Todos desejam chegar ao topo, eliminando os outros, quando seria mais natural viver como as flores num prado, onde cada uma encontra o seu lugar …”
São palavras de Brancusi, tão bem plasmadas nos tempos subsequentes e em todos os tempos em que o Modo e a Moda se tornaram factores de risco para a implementação de uma cultura, neste caso de uma cultura plástica, em que o artista seja verdadeiramente livre de esquemas, se, não de mercado, pelo menos de mesquinhos esquemas de patamares em que a análise do social conhecido se reflete.
Álvaro Lobato de Faria



Vivo na sua resistência a todas as erosões, mesmo as de origem mais obscura, Gil Teixeira Lopes é um singularíssimo pintor de ofício, na acepção mais ampla e mais complexa desse nome. Se é verdade que alguns especialistas de arte, ainda há bem pouco tempo, se curvavam com outra demora diante de obras assim, em que o próprio excesso das emoções se entrosava na subtil técnica de uma manualidade inventiva, também é verdade que os equívocos e a perda de referências das últimas décadas tornaram o público (e até os especialistas) mais ou menos indiferentes à natureza particular do corpo da obra, dos seus meios e formas, substituindo tudo isso por modos enfáticos (mas primários) de reiniciar a aventura do pensamento plástico.
Gil Teixeira Lopes teve quebras, “elipses”, pontos de retorno e novas partidas, mas nunca abandonou a qualidade material da pintura, corpo vivo sem o qual nenhuma essência daquela linguagem poderá sentir-se e questionar-se. São vários, coexistentes, os processos instauradores da pintura – e os seus índices de sensorialidade tanto constam da “geometria cromática” de um Mondrian como da “truculência carnal” de um Soutine. O que sobra deles, por fora do lado coisificado das aparências, é o que menos se explica e o que mais importa, no dizer sábio de Braque.
Ora Gil Teixeira Lopes é um autor, na pintura, na escultura, na gravura ou no desenho, cuja forma de pensar o mundo – carregado de seres, objectos, memórias – passa pela realidade matérica e sensorial dos meios. É como quem escreve à mão sobre papel, rasurando letras e palavras, e não como quem pensa previamente os esquemas de um texto, escrevendo-o depois sem mácula através do teclado do computador.
Enganam-se frequentemente, por outro lado, os que insistem em atribuir a este artista uma fixação obsessiva nos índices da sensualidade e do erotismo, sobretudo quando se limitam a ler figuras femininas nuas, poses originadas tantas vezes nos estereótipos da própria publicidade, lassidões de outrora, entre retratos antigos e estudos tridimensionais onde a origem clássica se mistura à nossa dependência de certos modelos, a maior parte deles propagados pelas múltiplas doenças do consumo. É óbvio que Teixeira Lopes parte desses estímulos, a par da pintura a fazer-se, consciente dos valores meramente lúdicos da manipulação das formas e do valor emblemático ou estimulante das figurações. Mas a violência das suas cores e das suas composições ou escalas, elegendo o corpo como centro da maior parte dos sonhos e dos exorcismos, está longe de derivar tão só de um estilo de fórmulas: aproxima-se antes dos reflexos da nossa própria natureza e da nossa terrível contemporaneidade, mitificada pelos signos da força, da sexualidade, das grandes dependências sistémicas. O seu grito, em todo o caso, exprime mais alegria na eleição das formas do que o reflexo de qualquer “literatura” de denúncia. A essência das emoções para que esta pintura apela pertence, por estranho que pareça, ao lado menos descritivo do que se vê – e é o que mais importa.

Rocha de Sousa
(Professor, Pintor)
in Gil Teixeira Lopes, Opus, catálogo da exposição do Palácio Galveias, Lisboa 2002-2003





Gil Teixeira Lopes nasceu em Mirandela em 1936.
Professor Catedrático da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
Membro Honorário da Academia Nacional de Belas-Artes.
Medalha de Ouro das Cidades de Génova e Mirandela.
De 1947 a 1955 teve formação artística na Casa Pia de Lisboa e de 1955 a 1960, na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa.
De 1960 a 1995 exerceu funções de Professor na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa e de Professor Catedrático na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa.
A partir de 1995 pertence aos Júris de Concursos Públicos para Professores Associados e Agregados da Universidade de Lisboa.
Exerceu, ainda, funções docentes em cursos de Artes Plásticas na Academia Militar, na Faculdade de Ciências de Lisboa e na Sociedade Nacional de Belas-Artes.
Desenvolveu trabalhos de investigação no Centro Nacional de Calcografia e Gravura do Instituto da Alta Cultura.

Exposições Individuais
2002
Centro Cultural Casapiano, “Retrospectiva de Gravura”, (Lisboa, Portugal)
Galeria Municipal de Caldas da Rainha, (Caldas da Rainha, Portugal)
Palácio Galveias, (Lisboa, Portugal)
2001
Galeria Triângulo 48, (Lisboa, Portugal)
Galeria Degrau de Arte – Cooperativa Árvore, (Porto, Portugal)
Galeria Neupergama, (Torres Novas, Portugal)
Galeria Galveias, (Lisboa, Portugal)
1999
Galeria Neupergama, (Torres Novas, Portugal)
Feira de Arte Contemporânea, (Lisboa, Portugal)
1998/99
Galeria Triângulo 48, (Lisboa, Portugal)
1998
Sociedade Nacional de Belas-Artes, Retrospectiva de Gravura, (Lisboa, Portugal)
1997
Feira Internacional de Arte Contemporânea, (Lisboa, Portugal)
Museu Nacional de Évora, (Évora, Portugal)
Universidade de Évora, (Évora, Portugal)
1996
Centro Cultural da Nazaré, (Nazaré, Portugal)
Galeria Degrau de Arte – Cooperativa Árvore, (Porto, Portugal)
Museu Nacional Soares dos Reis, (Porto, Portugal)
1995
Galeria Municipal de Caldas da Rainha, (Caldas da Rainha, Portugal)
1994
Centro Cultural Mala Posta, (Lisboa, Portugal)
1992
Galeria Degrau de Arte – Cooperativa Árvore, (Porto, Portugal)
Sala de Exposições do Fórum, (Santarém, Portugal)
1989
Galeria E.G., (Porto, Portugal)
Homenagem na IX Bienal da Noruega
1988
Universidade do Minho, (Braga, Portugal)
Galeria São Francisco – Forum Picoas, (Lisboa, Portugal)
1987
Feira de Arte de Bolonha, (Bolonha, Itália)
Feira de Arte de Nova Iorque, (Nova Iorque, EUA)
Mosteiro dos Jerónimos, Retrospectiva – Gitelo. Um Retorno, (Lisboa, Portugal)
Cooperativa Árvore, Retrospectiva, (Porto, Portugal)
1986
Galeria São Francisco, (Lisboa, Portugal)
Galeria Studio D`Arte Utopia, (Veneza, Itália)
1985
Galeria Espaço A (Clube 50), (Lisboa, Portugal)
Galeria São Bento, (Lisboa, Portugal)
Estúdio de Dança Armando Jorge, (Lisboa, Portugal)
1983
Universidade do Minho, (Braga, Portugal)
Galeria Quadrum, (Lisboa, Portugal)
Galeria Diagonal, (Lisboa, Portugal)
Galeria do Casino do Estoril, Retrospectiva, (Estoril, Portugal)
Galeria Neupergama, (Torres Novas, Portugal)
Galeria Módulo, Retrospectiva, (Porto, Portugal)
1982
Galeria São Francisco, (Lisboa, Portugal)
Galeria “Diário de Notícias”, (Lisboa, Portugal)
1981
Cooperativa Árvore, (Porto, Portugal)
Teatro Carlos Alberto, (Porto, Portugal)
Galeria São Francisco, (Lisboa, Portugal)
Galeria Proarte, (Copenhaga, Dinamarca)
Galeria Presença, (Coimbra, Portugal)
1980
Galeria “Jornal de Notícias”, (Porto, Portugal)
Galeria Tempo, (Lisboa, Portugal)
Casa da Cultura, (Caldas da Rainha, Portugal)
Museu Municipal de Mirandela, (Mirandela, Portugal)
Fundação Calouste Gulbenkian, (Lisboa, Portugal)
Galeria Maribo, (Lolland, Dinamarca)
1979
Galeria Módulo, (Porto, Portugal)
Fundação Calouste Gulbenkian, Retrospectiva de Gravura, (Lisboa, Portugal)
Museu de Arquitectura, (Liége, Bélgica)
Galeria de Arte Moderna – SNBA, (Lisboa, Portugal)
1978
Sociedade Nacional de Belas-Artes, (Lisboa, Portugal)
IV Bienal da Noruega, Retrospectiva, (Noruega)
1973
J. T. de Peniche, (Peniche, Portugal)
Galeria Diprove, (Porto, Portugal)
Galeria L.55, (Paris, França)
Galeria Grafil, (Lisboa, Portugal)
1972
Galeria Opinião, (Lisboa, Portugal)
Galeria Módulo, (Porto, Portugal)
1971
Sala de Arte Moderna, (Barcelona, Espanha)
1970
N.J.C. de Carpentras, (França)
C.I.T.A., (Luanda, Angola)
1964
Sociedade Nacional de Belas-Artes, (Lisboa, Portugal)


Exposições Colectivas

Desde 1955, participou em mais de 800 exposições colectivas, nacionais e internacionais, das quais se destacam:
1997
National Culture Festival, (Japão)
1994
Trienal Intergrafik, (Berlim, Alemanha)
1993
I Trienal Internacional do Egipto, (Egipto)
1992
II Bienal de Bahrat Bhavan, (Índia)
1990
IV Bienal Internacional Taipei, (Taiwan)
1987
Museu Español de Arte Contemprânea, Arte Contemporânea Portuguesa, (Espanha)
Exposição do “Prémio Forni”, (Veneza, Itália)
Jadite Gallery, (Nova Iorque, EUA)
1986
IDB, Art Gallery, (Washington, EUA)
Baghdad International Festival of Art, (Iraque)
Centre Albert Borschette, Le XX au Portugal, (Bruxelas, Bélgica)
I Bienal Internacional de Arte Ibero-Americana, (Sevilha, Espanha)
II Bienal Internacional de Taipei, (Taiwan)
1985
IV Bienal Internacional Listowel, (Irlanda)
1984
Trienal Intergrafik, (Berlim, Alemanha)
Ibizagrafic, (Espanha)
1983
Bienal Internacional de Varna, (Bulgária)
1982
Exposição Internacional de Artes Gráficas “Figura 3”, (Leipsig, Alemanha)
1980
Zeitgenossiche Portugiesiche Kunst, Stadmuseum, (Munique, Alemanha)
Trienal Intergrafik, (Berlim, Alemanha)
Ibizagrafic, (Espanha)
1979
I Biennale of European Graphical Art, (Heidelberg, Alemanha)
I Exposição Internacional de Desenho, (Lisboa, Portugal)
1978
Exposição de Gravura Portuguesa no Ausstellungszantrum, (Berlim, Alemanha)
Museu de Arte Moderna, Gravura Portuguesa Contemporânea, (São Paulo e Rio de Janeiro, Brasil)
Gravura Contemporânea, (Viterbo, Itália)
State Gallerie, (Oslo, Noruega)
III Bienal de Gravura, (Mulhouse, França)
Trienal Intergrafik, (Berlim, Alemanha)
Ibizagrafic, (Espanha)
1977
Figura 2 IBA, (Leipsig, Alemanha)
Museu de Bronx; (Nova Iorque, EUA)
Art Festival International Cristchurch, (Nova Zelândia)
Museu de Arquitectura em Liége, (Bélgica)
Galeria Dell´ópera, Gravura Portuguesa, (Veneza, Itália)
Palácio de Congressos, Cultura Portuguesa, (Madrid, Espanha)
Museu de Lund, (Suécia)
Galeria Palazzo d`Accursio, (Bolonha, Itália)
Drammen Art Society / Hamar Art Society / Gjovik Art Society, (Noruega)
1976
Trienal Intergrafik, (Berlim, Alemanha)
Galeria Propac, (Madrid, Espanha)
Galeria Konstframjander, (Estocolmo, Suécia)
Galeria Galembyen, (Fredrikstad, Noruega)
Galeria IL Semaforo, (Florença, Itália)
Instituto di Sant`Antonio dei Portoghesi, (Roma, Itália)
1975
30º Aniversário da ONU-PAZ, (Jugoslávia)
Gravura Portuguesa Contemporânea, (Varsóvia e Paris)
Galeria Arbersstrabe Graz, (Áustria)
1974
Ibizagrafic, (Espanha)
IV e V Bienal Internacionaldella Gráfica, (Florença, Itália)
I Bienal Internacional de Segóvia, (Espanha)
II Bienal de Viena, (Áustria)
1973
Exposição Internacional de Lion, (França)
Pintura Portuguesa – Hoje, (Barcelona, Salamanca)
Sociedade Nacional de Belas-Artes, Pintura Portuguesa – Hoje, (Lisboa, Portugal)

Trabalhos Realizados

2000 a 2003
5 esculturas em bronze, representando os 5 Sentidos, Fundação Berardo (Funchal/Madeira, Portugal)
58 painéis em azulejo contando a história do vinho para a “Adega João Pires”, (Azeitão, Portugal)
1994 a 1996
40 painéis em azulejo e terracota que contam a “História de Portugal”, desde a sua constituição como Nação, todos os reinados e repúblicas, até à entrada na União Europeia, Jardins da Fundação Berardo, (Funchal/Madeira, Portugal)
1991 a 1992
Mural escultórico onde conta , ano após ano, a “Aventura dos Portugueses no Japão”, durante o período de 1540 a 1640 para o Jardim Oriental, Fundação Berardo (Funchal/Madeira, Portugal)
1991
“Painel Desenhado” com o escultor José Rodrigues – Performance na Cooperativa Árvore (Porto, Portugal)
1989 a 1990
Funda e dirige uma Galeria de Arte onde expõe os seus trabalhos em conjunto com fotografias de Marcelo Lartigue (Búzios, Brasil)
1983
3 murais em terracota para a Fundação Universitária de Blumenau, 8Blumenau, Brasil)
Portas talhadas em madeira para a Cidade de Itajaí, (Itajaí, Brasil)
1982
Friso em ferro e um mural em terracota para a FERROSTAL , (São Paulo, Brasil)
Experiências de impressão nas ruas de são Paulo e Rio de Janeiro (Brasil)
Série de esculturas com pedras da região de Florianópolis (Brasil)
1980
Ilustra o livro “Florentino y El Diablo” de alberto Arabelo Torralba, editado pelo Banco industrial da Venezuela
1979
Ilustra o livro “La Raíz del Ombú” de Julio Cortazár, com 46 desenhos
1978
Desenha móveis para quarto de criança, obtendo o primeiro prémio e publicação na revista DOMUS, (Milão, Itália)
1977
Mural pintado, Centro Cultural de Grenoble, (França)
1976
Mural em terracota e figura em ferro fundido para a Plaza del Campesino (Tovar, Venezuela)
1975
Mural em terracota, Centro Turistico El Morro, (Barcelona, Venezuela)
Mural em terracota na Minas de Naricual, (Venezuela)
Mural em terracota na Plaza Municipal de Barcelona (Venezuela)
1974
Ilustra a capa da revista alemã Humbolt, com a edição de uma gravura
Mural em cimento, Plaza Bolívar (Tovar, Venezuela)
1973
Mural em terracota e escultura em ferro para a EXPOPAR (Exposição Industrial), (Asunción, Paraguai)
1972
Mural escultórico em ferro e alumínio fundido em homenagem a Roberto arlt, na Plaza roberto Arlt (Buenos Aires, Argentina)
1971
Mural em terracoa esmaltada, (Córdoba, Argentina)
Ilustra poesias de Machado, Carlos Drumond de Andrade e o conto “El Pozo y el Pêndulo” de Alan Poe, Centro Editor da America Latina, (Buenos Aires, Argentina)
1970
Ilustração de “Diários Ilustrados”, (Buenos Aires, Argentina)
1969
Ilustra a capa do livro “Grande Sertão Veredas” de Guimarães Rosa, Edição Espanhola, 8Barcelona, Espanha)
1967
Ilustra várias capas para a Editora Seix- Barral, (Barcelona, Espanha)
1965
Ilustra a capa para a Editorial Eudeba, (Buenos Aires, Argentina)
Executa um mural em terracota para a Arlan SA., (Buenos Aires, Argentina)
1964
Mural em terracota para a FIAT CONCORD, (Buenos Aires, Argentina)
1963
Expedição à Reserva Índia de Xingu, onde realiza série de desenhos (Mato Grosso, Brasil)

Prémios

2001
Prémio MAC`Carreira 01, MAC – Movimento Arte Contemporânea, (Lisboa, Portugal)
1991
Menção Honrosa, Bienal de Arte Plásticas de Óbidos, (Óbidos, Portugal)
1975
Grande Prémio de Desenho, Salón internacional ULA- Universidad Los Andes, (Merida, Venezuela)
Prémio DOMUS, (Milão, Itália)
1970
Grande Prémio de Desenho no Salão Nacional Manuel Belgrano, (Buenos Aires, Argentina)
1965
2º Prémio “George” de Desenho, (Buenos Aires, Argentina)
2º Prémio de Desenho no Salón Nacional de Córdoba, 8Argentina)
1962
Medalha de Ouro Diário El Mundo, Salón Anual de Desenho da Associación de Dibujantes de La Repulbica Argentina, (Buenos Aires, Argentina)
3º Prémio de Pintura no Salón del Mar del Plata, (Argentina)
1961
Prémio da Cámara de Deputados de la Nación, Medalha de Ouro, (Buenos Aires, Argentina)
1º Prémio de Desenho do Salón de Otoño de Buenos Aires, Diario El Mundo, (Buenos Aires, Argentina)




Matilde Marçal sugere-nos com a sua pintura a lembrança de uma perda antiga, nostalgia talvez de vidas vividas numa infância que se identifica com a das crianças dos grandes lares das famílias unde as crianças teatralizavam a vida dos grandes, em qua as palavras surgem como elamentos de uma caligrafia pictórica e as imagena com dialogam num sonho velada e vigiado por um luar de noite escura ou por um sol ensombrados por algumas nuvens que douram os caminhos a percorrer por um lirismo que se assemelha a um in memorian latente, que acrescenta à obra, a grandeza de uma universalidade no reconhecimento de um estado emotivo familiar.
A pintura de Matilde Marçal percorida por uma história infindavel em que a plastica caligrafica se deixa envolver pela plasticidade da cor e na iconografia dos retratos antigos numa paleta muito sua, inconfundível como se nos quisesse transmitir assim o seu sonho, os seus sonhos ou desilusões, somatórios reais de sentimentos indescritiveis por outra forma que não esta.
Por outro lado, é na substância das emoções que Matilde Marçal refere ter os seus significantes mais próximos e, por isso, empreende a travessia da plasticidade , viagem de lá para cá, num percurso insano pela significação e transmutaçao das “coisas “, miolo do verbo e da emoção, referidos ciclicamente, alquimicamente...
Um todo, como um desejo, está implícito como num livro escrito da vida dos próprios sentimentos,
Uma plasticididade epidermica surge na obra de Matilde Marçal, aqui e além atravessada por um rasgão, um grito de alerta, como que a dizer:
_ Aqui estou!

Álvaro Lobato de Faria



Na pintura de Matilde Marçal há uma atmosfera generalizada de despedida, a feição de alguma coisa que se quebrou, o véu de uma perda sem substituição. Pressente-se a existência de um desgosto que tem razões antigas. Não paralisa, não sufoca, não esmaga… mas é uma sugestão permanente. A vida prossegue, pela ordem necessária das coisas, mas parece estar sempre a ouvir-se um coro de vozes de veludo, em liturgia. Um lamento do qual já não se sabe bem a causa. Um in memorian latente, que acrescenta à obra, a grandeza da universidade, no reconhecimento de um estado emotivo familiar.
Há ainda o enigma das origens, que o espectador pode condensar nas cenas dos quadros ou alargá-lo à indeterminação, à vida, a um momento de viragem, ao momento dos ses. Há um dia que amanhece e que é abafado, que oprime a respiração e, que por mais que já tenha sido antecipado na imaginação, é uma surpresa amarga, quando toma a consistência do quotidiano, misturando-se com o café e o pão. Matilde Marçal escolhe vários elementos para encenar este mental e começo por pegar num, que tem uma distinção única: a palavra.
O mundo feminino é um mundo de palavras e, talvez paradoxalmente, por ser um mundo de sentimentos. As mulheres querem compreender os sentimentos, querem falar sobre eles e ouvir falar deles e pressupõem as palavras. Interpretar sentimentos é um absurdo; a partir da gramática é uma tarefa praticamente impossível e, na realidade, inglória. As mulheres entendem-na como missão e investem aí todos os esforços. Sentimentos que não se compreendem não fazem sentido. Por outro lado, estão convictas de que é da substância dos sentimentos ter significado e, por isso, empreendem a travessia da ambiguidade para cá e para lá, esmiuçando o miolo do verbo, pela mediação de mais conceitos, cifradamente, ciclicamente, alquimicamente. Esta pintura sugere o valor evocativo das palavras e as voltas da ruminação através delas. As figuras representadas e os sinais que as envolvem não pertencem a acontecimentos de agora; pertencem a horas de efabulação a partir de palavras. As frases não são as pessoas, e a eternidade das palavras que se fixa no papel é falsa. Não se deveria depender dessa eternidade, nem ficar hipotecado nessa mentira.
Na composição das telas existem bocados de folhas de cadernos com coisas escritas, páginas em branco próximas do tinteiro, uma intenção de Diário e cartas e postais com selos. Alguém que não está ali, faz-se representar, sabe-se lá por promessas, por perguntas, por descrições, que mostram e que escondem. Há uma tortuosa distância entre quem sou, quem digo que sou num instante preciso, e quem recebe e interpreta todas as essas declarações. Numa carta fala-se sempre de si, mesmo que nunca se escreva eu. Uma carta é uma imposição de alguém que ou de alguma coisa que está transformada numa construção conceptual. E se nos tirassem todas as cartas? E se nunca tivéssemos recebido nem escrito nenhuma? Como se vive, sem pelo menos uma vez na vida, ter recebido uma carta de amor? As cartas também servem para ordenar o tempo. Um dia chega a última carta, sem se anunciar como última; só de pois se reconhece assim, como acontece com a noite de há dois dias, que não se sabia ser a derradeira. Só o que está para a frente pode pôr tudo no sítio e, por isso, rasgam-se e queimam-se cartas.
A pintora sabe que a linguagem enunciativa não conduz a tudo o que somos e sublinha este argumento permanecendo no intervalo do que pode ser dito, justificado, documentado. As palavras estão ponderadas com outros elementos da existência. A superação da atmosfera de despedida de que falei, não precisa da passagem pelo estreito do desejo, das pulsões do corpo, do arrepio da pele; tudo isso já está implícito nos sentimentos, tornando-os ainda mais embaraçosos. É preciso deixar ir a pessoa de quem mais se gosta, se ela assim quer e despovoar o passado dos heróis e dos mártires que nos condicionam. A fuga a essa letargia, “cedência” à vida é, apesar de todas as teias e de todos os enredos, a crença paciente na espera. É a oportunidade do futuro. É a possibilidade de voltar à origem da mágoa, sem ficar magoado. E para não sufocar o devir, é melhor pensar como Balzac que as grandes paixões são raras.

Fátima Pombo in, Matilde Marçal, Pintura, 2004






Matilde Marçal nasceu em Abrantes (Portugal) em 1946.
Licenciou-se em Pintura pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, onde iniciou funções de professora em 1972.
Fez diversas viagens de estudo a Itália (Veneza, Florença e Roma) em 1970 e, entre 1972 e 1974, foi investigadora no Centro Nacional de Calcografia e Gravura do Instituto de Alta Cultura.
Em 1977 foi membro da Comissão Técnica da Cooperativa de Gravadores Portugueses.
Em 1978 recebeu uma bolsa de investigação da Fundação Calouste Gulbenkian e em 1980 uma bolsa de curta duração da Secretaria de Estado da Cultura para estudo da Pintura de Vanguarda Espanhola (Cuenca, Madrid e Barcelona).
Matilde Marçal é um nome inconfundível da Pintura Contemporânea Portuguesa, com trabalho desenvolvido ao nível da pintura, gravura e desenho.
A sua obra revela-nos um novo universo, situado entre a poesia e o silêncio, o passado e o presente, o presente e o futuro.
Com uma paleta de grande riqueza cromática, consegue matizes de cores – dos brancos aos castanhos e destes aos violetas – perfeitamente deslumbrantes que nos convidam a entrar nas suas recordações. As suas figuras surgem, umas vezes silenciosas, outras soltas, umas puras e ingénuas, divertidas, outras tristes.
Realizou até hoje mais de cinquenta exposições individuais (em Portugal, Espanha, França, Polónia, Itália, Jugoslávia, Noruega, Inglaterra, Alemanha, Suiça e Irlanda) e mais de trezentas exposições colectivas em Portugal e no estrangeiro.
Em 1988 foi eleita Membro da Academia Nacional de Belas-Artes.


Exposições Individuais

2001
Galeria Triângulo 48, (Lisboa, Portugal);
Galeria Neupergama, (Torres Novas, Portugal);
Galeria Degrau de Arte, (Porto, Portugal);
Cooperativa Árvore, (Porto, Portugal);
Galeria de Arte Galveias, (Lisboa, Portugal);
1999
Galeria Neupergama, (Lisboa, Portugal);
1998
Enes Galeria de Arte, (Lisboa, Portugal);
1997
Galeria Santa Joana, (Aveiro, Portugal);
Galeria Triângulo 48, (Lisboa, Portugal);
1996
Enes Galeria de Arte, (Lisboa, Portugal)
1995
Galeria Degrau de Arte, (Porto, Portugal);
1992
Galeria Quadrado Azul, (Porto, Portugal);
1991
Galeria São Bento, (Lisboa, Portugal);
1990
Galeria do Casino do Estoril, (Estoril, Portugal);
Galeria Os Templários, (Tomar, Portugal);
1989
Galeria São Francisco, (Lisboa, Portugal);
Galeria EG, (Porto, Portugal);
Galeria 5, (Coimbra, Portugal);
1988
Galeria Quadrado Azul, (Porto, Portugal);
1987
Galeria São Bento, (Lisboa, Portugal);
Galeria da Universidade – Museu Nogueira da Silva, (Braga, Portugal)
1986
Galeria São Francisco, (Lisboa, Portugal);
Centro Cultural de Santarém, (Santarém, Portugal);
1985
Galeria Astolfi, (Cascais, Portugal);
Edifício Chiado, (Coimbra, Portugal);
Museu Municipal Armindo Teixeira Lopes, (Mirandela, Portugal);
1983
Galeria São Francisco, (Lisboa, Portugal);
Universidade do Minho, (Braga, Portugal);
Centro Cultural de Viana do Castelo, (Portugal);
Galeria do Casino do Estoril, (Estoril, Portugal);
1982
Galeria Jornal de Notícias, (Porto, Portugal);
Galeria CAPC / Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, (Coimbra, Portugal);
1981
Galeria Espaço Alberto, (Coimbra, Portugal);
Galeria Lolland, (Dinamarca)
Galeria São Francisco, (Lisboa, Portugal);
1973
Galeria Grafil, (Lisboa, Portugal);

Exposições Colectivas
1991
European Large Format Print Making, (Dublin, Irlanda);
1986
I Bienal Internacional de Arte Ibero-Americana, (Sevilha, Espanha);
IDB / Art Gallery, (Washington, EUA);
1985
X Internationale Triennale de Grenchen, (Suiça);
1984
VII Bienal Internacional de Gravura, (Noruega);
Intergrafika/84 de Berlim, (Alemanha);
1982
VII Bienal Internacional de Bradford, (Inglaterra);
III Bienal Europeia de Heidelberg, (Alemanha);
1981
Triennale Europeia d`ell Incisione, (Grapo, Itália);
1980
V Bienal Internacional de Gravura, (Noruega);
VIII Bienal Internacional de Gravura, (Cracóvia, Polónia);
Intergrafika / 80, (Katowice, Polónia);
1979
XIII Bienal Internacional de Gravura, (Ljubljana, Jugoslávia);
Exposição Internacional Della Gráfica Contemporanea, (Forly, Itália);
UNESCO, Exposição Internacional “Mulheres”, (Paris, França);
1978
VII Bienal Internacional de Gravura, (Cracóvia, Polónia);
Intergrafika / 78, (Katowice, Polónia);
1976
V Bienal Internacional de Gravura, (Florença, Itália);
1974
V Bienal de Gravura, (Cracóvia, Polónia);
Intergrafika / 74 (Katowice, Polónia);
1973
V Bienal Internacional d`Arte, (Ibiza, Espanha);
Exposição Internacional de Gravura, (Lyon, França);


Prémios
1993
Prémio Internazional Biella Per L`Incisione, (Itália);
1992
Prémio Nacional “Cordeiro Ramos”, Academia Nacional de Belas-Artes, (Portugal);
1991
Prémio de Aquisição, “European” – Large Format Print Making, (Dublin, Irlanda);
1984
Prémio da Bienal Intergrafika de Berlim, (Alemanha);
1979
Prémio de Edição, II Exposição Nacional de Gravura, (Portugal);
1978
Prémio de Edição, BRISA Portugal, (Portugal);
1977
Prémio de Edição, I Exposição Nacional de Gravura, (Portugal);
1973
1º Prémio “ex-aequo”, V Bienal Internacioanl de Arte, (Ibiza, Espanha);
1º Prémio no XI Salão de Arte Moderna Costa do Sol, (Portugal);
1972
2º Prémio no X Salão de Arte Moderna Costa do Sol, (Portugal);
Prémio de Aquisição, I Salão de Artes Plásticas, (Santarém, Portugal);

Representada
Fundação Calouste Gulbenkian, (Lisboa, Portugal);
Secretaria de Estado da Cultura, (Lisboa, Portugal);
Embaixada Portuguesa em Brasília, (Brasil);
Museu Nacional de Sofia, (Bulgária);
Museu de Arte Moderna de Ibiza, (Espanha);
Museu de Arte Gráfica Moderna “Herman Hebler”, (Frederikstad, Noruega);
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, (Brasil);
Museu Municipal de Estremoz, Galeria de Desenho, (Portugal);
Museu Municipal Armindo Teixeira Lopes, (Mirandela, Portugal);
Museu Municipal Martins Correia, (Golegã, Portugal);
Ginásio Clube Português, (Lisboa, Portugal);
Aeroporto Internacional de Lisboa, (Portugal);
Aeroporto do Funchal, (Madeira, Portugal);
Banco de Fomento & Exterior, (Portugal);
Caixa Geral de Depósitos, (Portugal);
Fundação Mário Soares, (Portugal);
Fundação Cidade de Lisboa, (Portugal);
Banco de Portugal, (Portugal);
Diversas colecções particulares, em Portugal e no estrangeiro;




GIL TEIXEIRA LOPES / MATILDE MARÇAL

para lá do tempo

no MAC -Movimento Arte Contemporânea a partir de 1 de junho de 2010

até 25 de junho de 2010.

ver mais em www.movimentoartecontemporanea.com

1 comment:

Vicente López Alcayna said...

Fantástico en todas sus manifestaciones artísticas. Obras que actican la circulación sanguínea y provoca uno de las mas grandes placeres visuales.