Fiz algumas "pintura matéricas" e após este exercício de descongestionamento, chamei-lhe "LAVRAR O CAOS"
E resolvi mostrar aos meus amigos, inimigos, irmãos e outras sensibilidades.Por isso escrevi um texto de catálogo/convite.Se puderem, se vos apetecer, apareçam que gostaria muito.Haverá música, poesia e convívio salutar.
Galeria LM
em Chão de Meninos - S. Pedro de Sintra
DIA 19 FEVEREIRO- 16 HORAS (Sábado)
Obrigado
eduardo nascimento
(Texto de catálogo)
LAVRAR O CAOS Tocar na matéria direccionada no caos absoluto, rompendo exactidão do contorno. A cor que ofusca, premente desnecessariamente presa ao afecto, mistura magnifica que tem o toque dos dedos, o poema cingido sobre a tela. A semente que arrasta o luar. A virtude do acaso. A madeira da árvore mais escondida, a serena dor de se lavrar o mapa eterno desprotegido das neves e dos socalcos. As marcas sobre o húmus. Este caos descendo do suor da matéria. Como seiva que o musgo bebeu na passagem. Mais a terra lavando o verniz do luar. Por isso, rasgo de punhal em punho a crosta da terra. E me afundo nesta e noutra cor, bêbado de romper as toalhas de águas, com a saliva sempre presente quando se fecundam os alicerces das raízes. Ah! Este caos de entropia falhada. Contradição desenfreada da ciência e dos cheiros dos estrumes que consolam a exactidão da viagem para o sol.. De insectos disfarçados nas asas de borboletas. Oh! Caos! Por isso, me enfio no meu buraco - garagem e gemo como um símbolo sujo de agonia e me transformo arranhando as tábuas e as amamento com matérias do outro lado do inferno a fingir de céu. Por isso, naufrago nessa mesma exactidão de tela violada, com pormenores de virgens desamparadas pela cegueira do cio.Eis o meu lavrar tempestuoso do caos, qual sensação. Somente a sensação de não saber de onde vim nem para onde vou.No voo. (Lavrando o caos)
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