Morreu o artista gravador David de Almeida, um grande amigo que levou a gravura a um domínio minimalista esplendoroso. Aqui fica o meu pesar e a notícia para outros pares. Há alguns anos tive oportunidade de acompanhar por dias David de Almeida, no seu atelier, estudando, com as suas obras e as suas palavras (conceitos), todo aquele processo criativo. A seu pedido, viera para ver e saber se teria interesse técnico e cultural em escrever um livro sobre aquela produção. Foi um trabalho a que perdi o rasto, mas creio que chegou a ser publicado.
Morreu mais um amigo, mais um homem de cultura, vítima de uma doença difícil, deixando ao país um espólio, em colecções e museus, de grande nível no domínio da gravura, explorada na variedade dos meios e materiais, na unidade, entre a simetria e o lado geométrico do pensar que a decidia. Portugal, agora muito desatento a estas figuras e à importância do seu trabalho, assinala cada vez de forma mais baça os seus artistas, cientistas, homens do pensamento e da cultura. David de Almeida é mais um testemunho de que essa solidão no silêncio só nos acelera a decadência.
No comments:
Post a Comment