Trago na farda da indiferença a mágoa arrastada pelo caminho das noites.
O vibrar dos ferros na estação Terminal rasga-me o pensamento com que ensurdeço.
No fumo do vapor, há muito disperso, afinam-se cânticos longínquos pelo tilintar ébrio de uma guitarra das tavernas. Brindo à nudez das almas condenadas, ao sangue, aos fantasmas do velho solar onde pernoito, desfaleço, finjo que não amo, apesar das ruínas e do vento quebrado pelo envidraçado dos arranha-céus.
Acordo com o soar penetrante do primeiro comboio da manhã – do pesadelo parto numa viagem sem regresso. Na bagagem: uma memória – o som do revolver.
Raquel Coelho
16/04/09
O vibrar dos ferros na estação Terminal rasga-me o pensamento com que ensurdeço.
No fumo do vapor, há muito disperso, afinam-se cânticos longínquos pelo tilintar ébrio de uma guitarra das tavernas. Brindo à nudez das almas condenadas, ao sangue, aos fantasmas do velho solar onde pernoito, desfaleço, finjo que não amo, apesar das ruínas e do vento quebrado pelo envidraçado dos arranha-céus.
Acordo com o soar penetrante do primeiro comboio da manhã – do pesadelo parto numa viagem sem regresso. Na bagagem: uma memória – o som do revolver.
Raquel Coelho
16/04/09
ilustração de Sara Franco
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