quem somos

QUEM SOMOS







O Casa Amarela 5B -Jornal Online surge da vontade de vários artistas, de, num esforço conjunto, trabalharem no sentido de criar uma relação forte com o público e levando a sua actividade ao seu conhecimento através do seu jornal online.

Este grupo de artistas achou por bem dedicar o seu trabalho pintorNelsonDias, https://www.facebook.com/pages/Nelson-Dias/79280420846?ref=hl cuja obra terá sido muito pouco divulgada em Portugal, apesar de reconhecido mérito na banda desenhada, a nível nacional e internacional e de várias vezes premiado em bienais de desenho e pintura.


Direcção e coordenação: Maria João Franco.
https://www.facebook.com/mariajoaofranco.obra
contactos:
franco.mariajoao@gmail.com
+351 919276762


Showing posts with label noticia::conhecer. Show all posts
Showing posts with label noticia::conhecer. Show all posts

Monday, July 5, 2010

Arts & Culture

O Projecto (sumário)

Três turmas do ensino secundário profissional, do Curso Multimédia, num total de quarenta e cinco alunos, foram em Arts&Culture, um projecto GLOCAL (local+global)

volvidos, tendo o projecto sido iniciado em Setembro de 2009, com o propósito de se prolongar por dois anos. O ponto de partida foi a investigação da tese de Doutoramento em História de Arte/Museologia e a análise comparativa da obra de arte no passado e na contemporaneidade. Solicitamos a presença de artistas plásticos locais que foram envolvidos no projecto de uma forma muito positiva, desenvolvendo workshops ou sessões de partilha de conhecimento com os alunos. Os artistas, por vezes, deslocaram-se à escola ou os alunos deslocaram-se ao ateliê do artista. Todos eles trabalharam em sistema de voluntariado. Nesta primeira fase do projecto foram convidados os artistas: Abílio Febra (Escultura e Pintura), Maria João Franco (Pintura) e João M. Gil (Fotografia). Consideramos outros artistas para uma segunda fase do projecto.

Para além das sessões com os artistas, os alunos visitaram o museu de arte moderna e contemporânea da Fundação Serralves e o CIBA, mas visitarão outros museus, bem como galerias de arte. A visita a uma Escola de Artes (ESAD) foi também realizada. É componente integrante do projecto desenvolver trabalhos práticos que possam contribuir para a melhoria do espaço da escola, actividade desenvolvida nos três períodos. O grande objectivo subjacente a este projecto reporta-se a uma comparação das técnicas, temáticas e materiais das épocas de estudo dos programas de História da Cultura e das Artes e das temáticas da disciplina de Área de Integração, dos diferentes níveis de ensino destes alunos, com a contemporaneidade que permitam envolver estes educandos de uma forma mais activa e entusiástica na escola, prepará-los para a vida activa e profissional dando-lhes a conhecer diferentes perspectivas artísticas que podem empregar através dos seus conhecimentos em Design e Multimédia e também facultar o conhecimento do património local que passa pelo contributo dos artistas plásticos actuais, de projecção nacional e internacional.

Colaboração:

Consideramos que seria fundamental a colaboração de outros profissionais da Escola no sentido de obtermos um diferente “olhar” e uma perspectiva analítica sobre o Projecto, bem como uma participação mais alargada do mesmo. Para as artes visuais, convidamos as docentes Otília Lopes e Solange Santos que foram fundamentais para o aconselhamento na realização dos trabalhos práticos já realizados pelos alunos do 10º e 11ºB na sala S2/S1. Na componente sobre a Vida Activa e Profissional delineamos um trabalho prático em conexão com a Psicóloga da escola, Carla Calhau, que desenvolveu, com as três turmas, sessões de esclarecimento sobre as questões laborais.


http://www.youtube.com/watch?v=WoaFYJJLiSA&feature=player_embedded


A Professora responsável pelo projecto,
Genoveva Oliveira

Thursday, June 17, 2010

Obra de MIGUEL FRANCO




A obra do dramaturgo português
MIGUEL FRANCO,
vai ser estudada na Universidade de São Paulo, Brasil.


Muito nos congratulamos com este projecto da autoria de

Flavio Felicio Botton
Mestre em Literatura Portuguesa pela
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
da Universidade de São Paulo-Brasil


http://miguel-lino.blogspot.com/


_____________________



From: Flavio B.
Date: 2010/6/16
Subject: Boas Novas
To: Maria João Franco


Olá Maria,

Boas notícias:

O nosso projeto foi formalmente aceito pela Universidade de São Paulo.
A partir do próximo semestre, Miguel Franco será um dos temas de duas
disciplinas a serem ministradas no programa de pós-graduação em
Literatura Portuguesa da universidade.

Acabam de chegar, diretamente na Loja do Cão Preto, um livreiro em
Benavente, dois exemplares da obra de Miguel Franco, um deles
autografado. Envio a foto para que veja.

Ainda outra coisa, entrei ainda em contato com a autora de um trabalho
sobre Franco em Portugal e ela prometeu enviar-me a dissertação em
breve. Acredito que conhece-a, Graça Teixeira.

Abraço,

Flavio.

Thursday, September 4, 2008

Homenagem a Nelson Dias||Wanya,Escala em Orongo

Prancha inédita de uma nova versão de Wanya


Nelson Dias//Wanya ,Escala em Orongo

Homenagem



Nelson Dias 1965

Foto de Maria João Franco


Nelson Dias foi homenageado no dia 2 de Setembro de 2008 em Lisboa, pela sua obra Wanya,Escala em Orongo inserida já na hitória da Banda Desenhada portuguesa dos anos 70.
A homenagem decorreu durante um jantar organizado por Geraldes Lino,grande dinamizador da Tertúlia BD de Lisboa .




Geraldes Lino,dinamizador da Tertúlia BD de Lisboa

Sara Franco,ilustradora,filha do autor


Durante o jantar foi dada a conhecer e distribuída uma nota/síntese biográfica da autoria de Maria João Franco, artista plástica viúva do autor.



Maria João Franco entregando um exemplar de Wanya ,Escala em Orongo,

edição limitada da Gradiva, sorteada durante o jantar.



Nelson Dias nasceu em Matosinhos a 17 de Fevereiro de 1940.
Filho mais novo de uma família nortenha marcada pelo peso do poder da recém emigração nortenha do Brasil, foi uma criança solitária, brincando com recortes e desenhos, fabricando os próprios brinquedos, longe de interesses de família.
Aprendeu a ler cedo, com o Pai, ao passear pela “baixa” portuense com os letreiros supostamente publicitários dos anos quarenta.
Fez a escolaridade no Porto, no Liceu Passos Manuel, passando depois para a, então, ESBAP, onde se licenciou em Pintura, em 1963.

Convivendo muito precocemente com pintores e intelectuais da época, os seus interesses coincidentes, rapidamente se desenvolveram e agregaram conhecimentos que convergiram de forma inequívoca para a sua formação cultural.

Sempre grande leitor de BD, aprendeu a desenhar pela cópia exacta dos vários personagens das várias publicações existentes em Portugal.
A sua grande destreza como desenhador isso mesmo lhe permitia, a par do seu enorme talento criativo que mais tarde revelou pela qualidade e espírito de pesquisa verificável em toda a obra plástica que construiu.

Foi professor de Desenho na Escola Industrial e Comercial de Leiria de 1964 a 1974,sendo então destacado em missão de serviço para a reestruturação e reforma da Escola do Magistério de Leiria.
Em 1983 ocupa o lugar de assistente de Desenho na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, actual Faculdade de Belas Artes de Lisboa.
Em 1987 foi indigitado pelo Professor Pintor Gil Teixeira Lopes para o cargo de professor assistente na disciplina de Pintura.

À data do seu falecimento, em 26 de Janeiro de 1993 era professor agregado/efectivo da ESBAL/FBAUL, cargo que não chegou a exercer.

Da sua obra plástica, destacam-se várias fases constituídas por peças em que podemos detectar a par de uma inconfundível marca pessoal, influencias sucessivas de Augusto Gomes e Júlio Resende,
Do informalismo expressionista das escolas da abstracção francesa e americana dos anos sessenta/setenta e uma posterior aproximação à cultura POP em que podemos enquadrar Wanya, Escala em Orongo, não podendo pôr de lado o aparecimento da nova BD francesa, sobretudo a de Nicolas de Devil com Saga de Xam, que consideramos ter tido uma influencia decisiva na criação de Nelson Dias, no enquadramento plástico das pranchas, fazendo apelo à composição marcadamente POP no que respeita à narrativa imagética plástica, pela sua constituição eidética, num universo já marcado pelas mudanças post Maio de 68.
Evidente se torna, porém que toda uma consciência do SER Total, do homem enquanto habitante de um Universo desconhecido e misterioso, habitável por existências possíveis, compatíveis ou não com o “terrestre”, faz do autor um pesquisador insaciável de todas as verdades possíveis.

É neste universo total de possibilidades e realidades que surge a criação desta história cujo primeiro veículo narrativo é a imagem, sujeito fundamental nesta obra, e que, por isso mesmo é considerada uma peça fundamental na BD portuguesa. A sua qualidade plástica assim o exige!
Poderíamos aqui fazer toda uma análise, semiologica e plástica da obra, não que tal fosse fastidioso, mas para este fim, não oportuna.

Detivemos um pouco sobre Wanya, por razões desta homenagem, tendo o obra de Nelson Dias como pintor outras vertentes expansivas como foi dito, através da pintura e do desenho, coincidindo as fases posteriores com o sentido de novas relações do corpo com situações de alerta, seja em O Corpo e o Grito, seja em outras obras não tituladas em que o autor regista o seu sentido de critica social numa linguagem pictórica e gráfica expressa do ponto de vista da afirmação da sua linguagem pessoal.

No fim e depois dos anos oitenta, Nelson Dias regressa a um universo imagético próximo da premonição existencial, através da criação de formas paradigmáticas de um universo outro, passível de existências que não as nossas ou de outras, estas osmóticas entre seres inventados para outras formas do existir.

Assim, Nelson Dias, aqui hoje homenageado deixou-nos uma obra digna de grande referência nos campos pesquisa, operacionalidade e qualidade plástica.


Maria João Franco
17 de Agosto de 2008

Saturday, April 19, 2008

Maria João Franco::"tu não aconteces,quando eu te quero"

CONVITE




Na sequência da exposição que esteve patente o Museu da Água,
vai ter lugar no
MAC-Movimento Arte Contemporânea,
e dentro do mesmo projecto então apresentado


a exposição de


Maria João Franco
"tu não aconteces, quando eu te quero"





com inauguração a 6 de Maio de 2008, pelas 19 horas.
A mostra estará patente ao público até 30 de Maio,
de segunda a sexta,das 13 às 20 horas,
sábados,das 15 às 19 horas .
Domingos e feriados,por marcação tm::962760532

___________


MAC-Movimento Arte Contemporânea


Rua do Sol ao Rato,9C,Lisboa

Av.Álvares Cabral,58/60,Lisboa


::telefone/fax::

21 385 07 89
::telefone::

21 386 72 15


tm. 96 267 05 32


:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::


Maria João Franco
www.mariajoaofranco.com
Nasceu em Leiria em 1945. Tem o curso de Pintura da Escola de Belas Artes de Lisboa.
Frequentou o curso de Arquitectura de Belas Artes do Porto.
Integrou várias exposições colectivas, entre as quais:
1982 - “Pequeno Formato” – SNBA (Sociedade Nacional de Belas Artes), Lisboa; /1983- “Pequeno Formato” – SNBA (Sociedade Nacional de Belas Artes), Lisboa;/“Artistas da SNBA” – Lisboa; /1984/85-“Homenagem dos Artistas Portugueses a Almada Negreiros” , Lisboa; /1985- “II Bienal Nacional de Desenho “ – Cooperativa Arvore, Porto; / SNBA, Lisboa/ “Jovens Pintores” Galeria Almada Negreiros, Lisboa; /1986- “III Exposição de Artes Plásticas” 30º Aniversário da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; /1987- “IV Prémio da Grabado Maximo Ramos” – Ferrol/Corunha, Espanha; / “IV Exposição de Gravura” – Cooperativa de Gravadores Portugueses , Gravura-Fundação Calouste Gulbenkian – Lisboa; / Exposição de Gravura comemorativa do Ano Europeu do Ambiente- Setúbal/Beauvais; /“I Concurso de Desenho Perez Villaamil” – Museu Municipal, Bello Piñero, Ferrol (Corunha), Espanha; /“III Bienal Nacional de Desenho” – Cooperativa Arvore, Porto; / Colectiva da Inauguração da Galeria VO – Lisboa. /1988- “Risco Inadiável” – ESBAL; / “V Prémio de Grabado Maximo Ramos” – Ferrol (Corunha), Espanha; / “Salão de Gravura Luso – Brasileira” – Estoril;/ “I Bienal de Gravura da Amadora “ – C.M. Amadora, Galeria Municipal da Amadora /Cooperativa “Arvore”, Porto; / “II Concurso de Desenho Artístico Perez Villaamil” – Ferrol (Corunha), Espanha; /1989- “III Bienal de Escultura e Desenho das Caldas da Rainha” – Atelier Museu António Duarte, Caldas da Rainha; / “VII Prémio de Grabado Maximo Ramos” – Ferrol (Corunha), Espanha; / “Colectiva de Gravura” Galeria Municipal de Almada; /1990/91 – “Colectiva de Pintura no Aniversário da Morte de José Régio” Galeria Municipal de Portalegre. /1992- “Unidade e Conflito na Arte Contemporânea” – Galeria Municipal de Almada; /1993- “4ª Bienal das Caldas da Rainha” – Galeria Quattro – Leiria; / II Exposição do espólio da Câmara Municipal da Amadora./1999- “Ars Multiplica ta” – Rheine, Alemanha/Leiria, Portugal;/2000- Colectiva “500 anos depois” – Galeria de exposições Hotel Meridian, Salvador da Bahia; /Galeria 57 – Leiria (com o alto patrocínio da presidência da República); / Intercâmbio Cultural Palácio das Artes, Belo Horizonte – Galeria 57 – Leiria; /2001- Galeria Trema – Lisboa; /2002- Galeria VO – Lisboa; /2003- Galeria Perve – Lisboa; /2005 - "Universos femininos" Galeria Corrented'Arte – Lisboa; /2005 - Feira de Arte Contemporânea FAC_Galeria São Francisco – Lisboa; /2007 – ART MADRID – Homenagem a Mário Cesariny; /13º Aniversário do MAC – Movimento Arte Contemporânea-Lisboa; / “Homenagem a Cruzeiro Seixas” – Galeria Municipal Artur Bual.
Exposições individuais
1985-“Ciclo dos mitos” A Galeria – Cascais; /1987- “Casa de Bocage”, Setúbal; /1988- Galeria Voz do Operário, Lisboa; / Galeria Quattro, Leiria; / Galeria S. Francisco, Lisboa; /1990 – “ Amanhecer da memória” Alfa Mixta, Lisboa; / Galeria Municipal de Portalegre, Portalegre; /
1991- “ Terra de Mitos” Galeria da Praça, Porto, /1993 – Convento do Beato, Lisboa; /1994 – “ Silêncio de Organa” Galeria Quattro, Leiria; /1997 – “Um olhar de Pele” – Galeria Municipal da Amadora; / “Memórias” – Inauguração da Casa Miguel Franco; / “Estórias do Corpo” – Museu Municipal Dr. Santos Rocha, Figueira da Foz; /1998 – “Novos Fragmentos” – Galeria Municipal Gymnásio, Lisboa; /1999 – “Corpos Estranhos” Galeria Trema, Lisboa; / “Percursos” – Cooperativa Arvore, Porto; / “Tempo de o senso e o Ser” – Galeria 57, Leiria; /2002 – “Novas Estórias do Corpo” – Galeria 65A – Lisboa; /2004 – “Nós, os nus e os outros objectos” – Galeria Perve – Lisboa; /2005 –“Lugar dos desencontros ou sítios da memória” – Espaço Chiado – Coimbra; /2005 - "tu vens tão perto que a distância existe" – Centro de Arte Contemporânea da Amadora; /2006 - "MULHER E EU" – MAC Movimento de Arte Contemporânea – Lisboa; /2007- ENCONTROS….estórias – MAC-Movimento Arte Contemporânea -Lisboa; "tu não aconteces quando eu te quero"1-Museu da Água em colaboração com o MAC-Movimento Arte Contemporânea, Lisboa; "tu não aconteces quando eu te quero"2-MAC-Movimento Arte Contemporânea,Lisboa
Prémios: 1987 – Prémio de edição na “IV Exposição Nacional de Gravura” – Gravura/Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; / 1º Prémio do concurso de Gravura Integrado no Ano Europeu do Ambiente - Setúbal/Beauvais; /2006- Prémio MAC’2006 Carreira – MAC Movimento Arte Contemporânea – Lisboa; /2007- Premio MAC’2007 Prestígio – MAC- Movimento Arte Contemporânea – Lisboa; /Comenda e Medalha de Mérito e Cultura atribuído pela Associação de Artistas Plásticos e Desenho Brasileiros.
Representações:
Está representada nas seguintes instituições: Museu de Setúbal; Cooperativa dos Gravadores Portugueses, Gravura em Lisboa; Colecção da Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; Museu Armindo Teixeira Lopes, Mirandela; acervo da C.M. Lisboa, Coimbra, Amadora e Abrantes; colecções particulares em Portugal, Itália, Espanha, França, Suíça, Brasil, EUA e Holanda.
Em 1997 executou um cartão de tapeçaria para Manufactura de Tapeçarias de Portalegre, cujo 1º exemplar faz parte do acervo do Sr. Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio.
Fez parte do júri do concurso “32 Jovens Pintores” com o Alto patrocínio da Presidência da República Portuguesa integrado nas Comemorações do 10 de Junho de 2000-Dia de Portugal.
Trabalha como artista convidada em cerâmica artística na Keramos – Condeixa.
Convidada pela Foundation for the Support of Monestery Bentlage para participar no
International Summer Workshop em Rheine – Alemanha Agosto 2005.
Em 2005 executa um painel alusivo a “O Motim” de Miguel Franco inserido no Teatro Miguel Franco em Leiria.
Funda em 2006 o jornal on-line “Casamarela5b & ARTS” em homenagem ao Pintor Nelson Dias.
www.casamarela5b.com
Está em estreita colaboração com as actividades culturais e artísticas do MAC-Movimento Arte Contemporânea.

____________________

MAC-Movimento Arte Contemporânea_texto do catálogo

Ao longo de quarenta anos de carreira, Maria João Franco, tem vindo a ser uma intransigente pesquisadora de verdades e de liberdades interiores, não cessando de se transformar – mantendo-se, no essencial, fiel a si mesma.
Maria João Franco perfaz o contorno, realiza o movimento, concretiza a ideia num imaginário pictórico único que lhe atribui um lugar marcante nas artes plásticas portuguesas.
A sua arte tem uma estreita relação com o corpo, com o corpo das coisas, com a ideia primeira de matéria mater, que refaz incessantemente numa busca interminável, como se procurasse o princípio e o fim de um todo que sente ser o nosso, mas, na sua pesquisa, anseia sempre por um fim ou princípio outro.
Aqui assenta toda a diversidade da sua obra em que o fio condutor submerge e emerge, consentindo e confirmando toda a sua versatilidade como artista plástica, como criativa e autora.
No envolvimento cálido e terno nas pinturas que figuram a nossa condição, e que confere harmonia e beleza à trivialidade do quotidiano, sabe-se a vontade e o modo de subtrair riqueza plástica a um seu muito pessoal universo imagético.
O grafismo, aqui afirmado como elemento estilístico, afirma a autonomia da cor, que polariza e atrai a fluidez antropomórfica das formas, é na sua obra de uma importância fundamental.
Fala-nos pela incidência da cor que transporta e assume o papel de interlocutor entre a obra e o espectador.
Estamos agora perante uma artista sem hesitações, de um saber constante e ritmado, onde cada tomada de consciência nos abre o caminho para o seu mundo multidisciplinar, onde cada gesto tem o sabor de uma certeza.
A arte de Maria João Franco, extraordinariamente sensível na fluidez da linguagem das formas, na vigorosa materialidade da cor, na força e no encanto da sua evasão e do seu êxtase, é uma fascinante e esplêndida aventura espiritual e técnica.
As suas obras, são pois materialização de anseios e de sonhos, notas de realce, na Pintura Portuguesa Contemporânea.
A devoção e o grande profissionalismo, a continuidade e o grande empenho que Maria João Franco nos transmite nas suas obras, revelam-nos estar perante uma grande pintora e uma excelente artista, reconhecida não só em Portugal como internacionalmente
Em “tu não aconteces, quando eu te quero” título da exposição que agora nos apresenta, mostra-nos a sua constante evolução, a sua busca sem fadiga, a qualidade intranquila da sua poética, que faz de cada momento uma reencarnação imprevisível, nova uma conquista, um constante enriquecimento.
O vigor e qualidade do conjunto destas obras fará, com toda a certeza, que ele ocupe um significativo lugar na excelente pintura que Maria João Franco vem construindo e a que já nos habituou, confirmando o grande talento e sobretudo a surpreendente qualidade técnica e criativa desta grande artista das artes plásticas do nosso país.

Álvaro Lobato de Faria
Director Coordenador do MAC
Movimento Arte Contemporânea

_____________________________

Museu da Água_texto do catálogo


Tu não aconteces quando eu te quero
A obra de Maria João Franco é talvez o último reduto de sensualidade neste mundo cada vez mais individualista e asséptico
É pura poesia que habita na tela, na construção da cor e verbo — na palavra que é indissociável da obra final.
Mais do que uma linguagem estética e uma metalinguagem através da palavra a artista criou uma translinguistica que contempla ambas.
Uma translinguististica sobre o amor, sobre o corpo,
sobre a sensualidade, sobre nós e sobre como nos relacionamos no tocar da pele, sobre o respeito no fogo do prazer, sobre a sacralidade da agua que escorre de nós no estâse.

“tu não aconteces, quando eu te quero” é uma exposição sobre a dádiva e a negação no amor.
Porque quando amamos e queremos e o outro ser não acontece, morre um pedaço de nós.
Ensombra-se a claridade do amor pure para o movimento para a frente que o distingue.

A Maria João Franco pinta esse jogo de claridade e sombra dos corpos e das almas, conhece dimensões imperceptíveis do amor e estuda o Mistério.

Fala-nos de mulheres e homens que não se contentam em ser comuns e tentam ser Deus.
(...)

Margarida Ruas Gil Costa
Directora do Museu da Água


Pareceu-nos importante publicar aqui estes dois textos, abordando ambos a obra de Maria João Franco,tendo o primeiro uma abordagem mais ampla ,no sentido de fazer o ponto e a afirmação de toda a obra,e o segundo ,o entendimento pontual daquela que foi a primeira mostra inserida no projecto que se iniciou no Museu da Água em Lisboa e que se continua agora e com novas obras no MAC-Movimento Arte Contemporânea de Lisboa.
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Entrevista
AÇORIANO ORIENTAL
jornalista Margarida Neves Pereira

MARIA JOÃO FRANCO – PINTORA E POETA
TU NÃO ACONTECES, QUANDO EU TE QUERO
Quando a olhamos pela primeira vez, apercebemo-nos de imediato que estamos perante uma alma feminina marcada. Não de uma forma azeda, como tantas mulheres que se afundam nas suas impotências ou incapacidades, mas de uma forma profunda e reflexiva, de uma forma emotiva, humana e silenciosa.
Maria João Franco, esteve recentemente nos Açores, e o seu encanto foi imediato, brevemente irá voltar para cá expor.
Ao contrário da maioria dos artistas, tem o dom da palavra e o seu tom de voz grave funciona como um fio condutor, que transporta cada uma das suas palavras, ao local do córtex devido. Porquê essa diferença acentuada em relação à maioria dos artistas plásticos? Resposta enganadoramente simples – trata-se duma pintora poetisa.
A sua exposição “Tu Não Aconteces, Quando Eu Te Quero” está patente no Museu da Água é, como não poderia deixar de ser um misto líquido entre a poesia e a pintura –“tu não aconteces, quando eu te quero,
Não falas ainda, quando eu te escuto,
Tu não dizes, quando eu te encontro,
Tempos passados de saber sentido,
Tempos esquecidos de saber sofrido
Não sabes ainda quanto eu te entendo”
“Ao longo de quarenta anos de carreira, Maria João Franco tem vindo a ser uma intransigente pesquisadora de verdades e de liberdades interiores, não cessando de se transformar, mantendo-se, no essencial, fiel a si mesma.” Quem o diz é Álvaro Lobato de Faria, director do MAC – Movimento de Arte Contemporânea ao qual a artista aderiu em 2006, com a exposição “Mulher e Eu”, tendo na altura lhe sido atribuído por este Movimento o Prémio Carreira “MAC´2006”.
Iniciou-se a “sério” nas artes plásticas muito cedo, com 15 anos já frequentava cursos de Artes plásticas. Muito influenciada por uma família cujo universo considera “mágico”, com enfoque especial em seu pai – Miguel Franco – reconhecidamente um dos dramaturgos mais importantes da década de setenta em Portugal, pela natureza histórica da sua obra que se confronta então com o espírito do “regime”, e pelo seu marido, Nelson Dias, Professor de Desenho e de Pintura da Escola de Belas Artes de Lisboa, artista que deixou uma inestimável obra de qualidade plástica e uma outra criação na área da banda desenhada, que faz igualmente parte da história de Portugal de Banda Desenhada, também relativa à década de setenta. Dois homens que a marcaram profundamente, quer no plano afectivo, no espaço que naturalmente cada um ocupa, quer no seu desempenho artístico, quer na sua consciência social e postura perante a vida e a morte. E como o sofrimento é o alimento do artista, cada título de cada exposição de Maria João Franco é em si, arte: “A Terra dos Mitos”,“ O amanhecer da memória”, “Um olhar de Pele”, "Estórias do Corpo","Tempo de o Senso e o Ser " ,“Lírica do nu entre Sombras”, "tu vens tão perto...que a distância existe" e poderíamos continuar, porque as exposições foram muitas, estando certos porém que com apenas os seus títulos temáticos, este texto se embelezaria.
“amo-te e os fumos do último atentado ainda não aconteceram
amo-te
e a luz que nos ilumina não nasceu ainda
amo-te,
amo-te é a chave do esconderijo dos meus sonhos e a palavra e a senha
para entrar de novo no meu canto de hino à alegria.”
Esta sua notável sensibilidade, realça uma honestidade nas palavras a que não podemos ser indiferentes. É com a mesma honestidade e frontalidade que fala sobre aqueles que considera “ graves problemas” que afectam a cultura Portuguesa e mais particularmente as artes plásticas. “Um dos maiores problemas que os artistas têm que enfrentar são os “lobbys” das galerias. “A maioria das galerias está exclusivamente vocacionada para vender quadros, e só por esse prisma enaltecem e promovem os ´seus` artistas. Fecham o círculo, apertando-o em torno de um número reduzido de pessoas, algumas efectivamente com qualidade, outras talvez nem tanto, mas assim, fecham-se portas e veta-se à ignorância artistas importantes, por vezes geniais, porque não se encaixam nesse circuito, ou porque estão demasiado embrenhados a produzir obras, ou porque simplesmente não se encaixam”. E continua – isto é muito grave, porque à sombra desta mecânica se vetam ao desconhecimento valores emergentes, mas também ao esquecimento valores reconhecidos e inequivocamente valiosos para a identidade cultural deste povo.”
Esta frontalidade, como anteriormente demos a entender nasce com a sua convivência familiar.
Tal como se lê na sua biografia -“Uma forte ligação triangular "Miguel Franco - Maria João Franco - Nelson Dias " desencadeia no espírito ainda jovem de Maria João Franco o seu sentido de busca, de procura e de pesquisa.Fortemente marcada pelo "expressionismo abstracto" Maria João Franco segue na senda de Nelson Dias a tendência expressionista quer na abstracção, quer na sua passagem para a figuração.
Sentindo como fortes expoentes da pintura portuguesa Rocha de Sousa, Gil Teixeira Lopes, Artur Bual, Luís Dourdil, Júlio Pomar, Resende bebe neles a influência tendo em mira o extravasar de uma pintura de emoções contidas num expressionismo lírico de uma sensualidade quase "aquática" ou meramente fluida que adquire os tons da tragédia atlântica nas suas vagas de tombar profundo.
A gravura é outra das suas paixões.
Mas a esse respeito, a várias vezes premiada (em 1987 o 1º Prémio de Gravura no concurso de gravura integrado nas comemorações do Ano Internacional do Ambiente Setúbal/Beauvais. Ainda em 97 tem o Prémio de Edição na "IV Exposição Nacional de Gravura" Cooperativa de Gravadores Portugueses / Fundação Calouste Gulbenkian – Lisboa) Maria João Franco denuncia a desvalorização e a recusa da maioria das Galerias em aceitar expor gravuras. “A razão prende-se com o facto da gravura ser mais acessível no preço em relação à pintura a óleo, acrílico ou qualquer outro material. A maioria das galerias teme que o mercado se habitue a adquirir gravuras em detrimento das outras obras que obviamente são mais proveitosas do ponto de vista financeiro.”
Contudo, esta artista plástica reconhece não ser este o único problema “a reprodução indevida, em série de gravuras – uma desonestidade – transformam as obras em algo que não era suposto – um produto reproduzível e logo menos valioso. Quando se produz gravuras, as chapas devem ser eliminadas – isso nem sempre acontece.”
Quanto ao estado mais geral da cultura em Portugal, é clara a sua posição “ sem cultura não há identidade, e é frágil o apoio, o reconhecimento dos artistas plásticos, e não só, neste país. Muitos, passaram grandes dificuldades, mesmo aqueles que viram o seu talento reconhecido. O que é uma injustiça dolorosa.”
Recapitulando – a dor alimenta a alma do artista
A Mãe
”Estou triste. O sofrimento enegrece-me a alma. Se eu o pudesse abraçar e passar para mim um pouco de tanta tortura. Como o amor de mãe pode tornar-se em tanta angústia. Já foi. A leveza da criança loira a correr pelo jardim. Já foi o calor morno do colo da mãe. Ainda Maio. E a morte ronda a Mãe. O colo já não é morno. O peito já não é terno. A mãe morre devagar e ainda é Maio e o meu amigo sofre. Quanto do amor, quanto da ternura quanto das memórias lhe guarda o corpo. E ainda é Maio...”
Maria João Franco
por Margarida Neves Pereira/AÇORIANO ORIENTAL