quem somos

QUEM SOMOS







O Casa Amarela 5B -Jornal Online surge da vontade de vários artistas, de, num esforço conjunto, trabalharem no sentido de criar uma relação forte com o público e levando a sua actividade ao seu conhecimento através do seu jornal online.

Este grupo de artistas achou por bem dedicar o seu trabalho pintorNelsonDias, https://www.facebook.com/pages/Nelson-Dias/79280420846?ref=hl cuja obra terá sido muito pouco divulgada em Portugal, apesar de reconhecido mérito na banda desenhada, a nível nacional e internacional e de várias vezes premiado em bienais de desenho e pintura.


Direcção e coordenação: Maria João Franco.
https://www.facebook.com/mariajoaofranco.obra
contactos:
franco.mariajoao@gmail.com
+351 919276762


Tuesday, May 13, 2008

Rocha de Sousa-pintor-escritor_crítico de arte


Helena, um belo prelúdio de amor e as fantasias desfazendo-se no umbral da porta, acenos distraídos, um cheiro a bolos daqui a pouco. Comia o meu bolo de arroz em passeios sem nexo no corredor que dava passagem para o atelier de modelo vivo. Bebia as minhas próprias légrimas virtuais, humilhado pela mediania do exílio e pela cada vez mais clara pobreza, desactualizada, daquele curso -- Aldemiro como penosa imagem de tudo isso, professor amável e inútil, refém da sua única corda vocal e das bibliotecas e museus que lhe favoreciam certas descobertas, a par do trágico comportamento do século. Tombavam tectos de novo, as abóbadas tinham fissuras inquietantes, os canos vertiam fios de água para dentro das grossas paredes, havia humidade um pouco por toda a parte, vozes longe, na envolvência da realidade e da memória. Bolor. Bolores nos arquivos de belos desenhos arquitectónicos e cópias de ânforas do Mediterrâneo. Caves cheias de «Diários do Governo» e de ratos, num fedor que emergia de outras caves mais fundas, esgotos, labirintos da morte. Como no cinema. Mas sem a fúria e a vertigem de travellings impossíveis. Quem descesse a essas novas cavernas da civilização contemporânea, numa deriva de que jamais sairia, usando em todo o caso lanternas e máscaras, formaria, a curto razo, passos arrastados, brevíssimos, imersos na lama escorregadia ou nos vales mais profundos onde uma água barrenta e esverdeada acabaria por imobilizar o aventureiro, borbulhando em torno do se pescoço.
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curto excerto do livro a sair em breve, de Rocha de Sousa, «Belas Artes e Segredos Conventuais»
in CONSTRUPINTAR02

HÁ MAIS CÓDIGOS DO QUE SE JULGA
LEIA ESTE LIVRO
E CONHEÇA O MUNDO
ONDE OS ARTISTAS APRENDEM
O CÓDIGO DO SUCESSO

estas histórias derivam de viagens
que as editoras desconhecem, preferindo
receitas e nomes de uma
falsa segurança

Livrarias: LER (C.Ourique). Sá da Costa (Chiado), Buchholz
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UM NOVO LIVRO
ENQUANTO NEM TODOS OS HOMENS CEGAREM

Este livro corajoso, jocoso e trágico, mostra ao país desatento que somos, ainda somos, memórias enviesadas e a pobreza das instituições metidas no atulhado Convento de São Francisco, fortaleza da escassez, que sobreviveu a 1755. As reformas do ensino artístico em 1932 e 1957, atrasadas pelo menos trinta anos cada uma delas, a primeira carregada de absurdos curriculares, a segunda não tanto, foram (a seu tempo) saudadas pelos mais ingénuos. Alegria breve, contudo, porque os conteúdos, mesmo há poucos anos, ainda foram castrados pelo arbítrio de uma direcção avara, destituída do estudo sobre o que se passava no mundo neste domínio.
Um personagem novo, «senhor aluno», faz, no livro, o trajecto do curso. Com êxito. Ao terminar, é mobilizado para a guerra colonial, onde permanece dois anos. Volta com as marcas habituais nestes casos e a sorte de ter um trabalho estável no liceu D. João de Castro. Pouco depois é convidado para assistente na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, onde inicia uma normal carreira académica: trata-se da segunda parte do livro, então um espaço da mesma Escola, visto, sentido e descoberto pelos olhos de um ainda jovem professor. Primeiro havia colegas. Agora há alunos. Todo o livro é um grande fresco sobre o tema, as épocas, as gerações, as crises, os segredos conventuais, sempre numa terrível resistência contra o arbítrio e as armadilhas da penúria, sob a sombra do regime e da própria direcção da Escola.
BELAS-ARTES E SEGREDOS CONVENTUAIS é um documento nunca tentado antes, em jeito de ficção. Um livro sobre a loucura suspensa, a demência honesta e a emergência imparável dos abusos do poder.
Depois de 13 anos (já depois do 25 de Abril) gastos a convencer os governos do país de que as artes, referências de civilização, deveriam aceder à Universidade, entre situações psicóticas e um desdém incompreensível da parte dos políticos, o trabalho continuou até ao exílio de alguns docentes mais dilacerados, num paradoxal triunfo dos menos empenhados.
Apesar do doutoramento e da Universidade, conquistas sinuosas, o «aluno professor», solitário na confusão dos interesses, não espera pelo título: sai discretamente e sem ninguém dar por isso.
Sousa Carneiro

in http://www.rochasousa.blogspot.com/

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