quem somos

QUEM SOMOS







O Casa Amarela 5B -Jornal Online surge da vontade de vários artistas, de, num esforço conjunto, trabalharem no sentido de criar uma relação forte com o público e levando a sua actividade ao seu conhecimento através do seu jornal online.

Este grupo de artistas achou por bem dedicar o seu trabalho pintorNelsonDias, https://www.facebook.com/pages/Nelson-Dias/79280420846?ref=hl cuja obra terá sido muito pouco divulgada em Portugal, apesar de reconhecido mérito na banda desenhada, a nível nacional e internacional e de várias vezes premiado em bienais de desenho e pintura.


Direcção e coordenação: Maria João Franco.
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franco.mariajoao@gmail.com
+351 919276762


Saturday, June 19, 2010

Saramago_ Homenagem

Saramago partiu, deixando as marcas de sua passagem.
Homem de caráter firme, defensor ferrenho das próprias crenças e idéias, jamais se deixou abater pelo impacto que seus livros e suas palavras causaram em seus oponentes. Seu autoexílio, em Lanzarote, não foi fruto do abatimento, mas, uma vez mais, uma resposta, ou melhor, uma forma de repúdio e insubmissão às regras de um mundo que não estava preparado para a sua presença.
Sua partida há de deixar um rastro de saudade naqueles, que como eu, o admiraram como indivíduo e como escritor.
Tivemos um breve contato, mas suficiente para que eu reconhecesse nele a exemplaridade de um homem capaz de assumir integralmente, sem medir os riscos, a amplitude de suas palavras.
O Saramago escritor já recebeu todas as honrarias que mereceu. É ao Saramago homem que dedico estas palavras:

Não mais o traço da tua pena,
Não mais a voz dissonante,
Não mais o desafio da escrita,
Mas para sempre a ousadia
Da arte que transgride a norma;
Para sempre os olhos que vêem
Além da mera imagem;
Para sempre a lucidez
Ante a cegueira do mundo.

Profa. Dra. Shirley de Souza Gomes Carreira

Rio de Janeiro /Brasil

Saramago_por Rocha de Sousa



Friday, June 18, 2010

Morreu Saramago

Aqui deixamos esta pequena e sentida homenagem àquele que foi o mais corajoso e polémico escritor português.



Jornal de Letras [newsletter.jl@news.impresa.pt]

José Saramago
Cronologia de uma vida
Cronobiografia, retirada do site da Fundação José Saramago
13:43 Sexta-feira, 18 de Jun de 2010

1922

Nasce a 16 de Novembro na Rua da Alagoa de Azinhaga (Ribatejo, Golegã, Portugal) no seio de uma família de camponeses. Os seus pais são José de Sousa, jornaleiro, e Maria de Jesus, doméstica.

1924

Muda-se para Lisboa com a família, onde o pai irá trabalhar na Polícia de Segurança Pública.

Em Dezembro morre o seu irmão Francisco, com quatro anos de idade.

1929

Aquando da sua inscrição na escola primária da Rua Martens Ferrão descobre-se que um funcionário do Registo Civil da Golegã incluiu como apelido na sua certidão de nascimento a alcunha familiar, Saramago. Desta forma, torna-se no primeiro Saramago da família Sousa. Se assim não tivesse acontecido, o seu nome seria José de Sousa.

1930

Muda-se para a escola primária do Largo do Leão.

Durante estes anos e os seguintes a família Sousa tem uma vida difícil, morando em quartos alugados e em várias ruas de Lisboa: Quinta do Perna-de-Pau, Rua E (hoje Rua Luís Monteiro), Rua Carrilho Videira, Rua dos Cavaleiros, Rua Padre Sena Freitas.

1932

Matricula-se no Liceu Gil Vicente, onde inicia estudos secundários, frequentando dois cursos (liceal e técnico).

1935

A falta de recursos económicos da família obriga-o a transferir-se para a Escola Industrial de Afonso Domingues, onde estudará até 1940.

Durante toda a infância e adolescência passa longos períodos na Azinhaga com os avós maternos.

1936

O primeiro livro que possui é-lhe oferecido pela mãe: A Toutinegra do Moinho, de Émile de Richebourg.

1938

A família Sousa passa a viver num andar só para ela na Rua Carlos Ribeiro, nº 15, no Bairro da Penha de França.

1940

Conclui os estudos de Serralharia Mecânica no Escola Industrial de Afonso Domingues. Consegue o seu primeiro emprego como serralheiro mecânico nas oficinas dos Hospitais Civis de Lisboa.

À noite frequenta a biblioteca municipal do Palácio das Galveias, "lendo ao acaso de encontros e de catálogos, sem orientação, sem ninguém que me aconselhasse, com o mesmo assombro criador do navegante que vai inventando cada lugar que descobre", nas palavras do próprio Saramago.

1942

Passa a ocupar um lugar nos serviços administrativos dos Hospitais Civis de Lisboa.

1943

Trabalha na Caixa de Abono de Família do Pessoal da Indústria de Cerâmica, de onde foi afastado em 1949 em consequência do seu apoio à campanha eleitoral de Norton de Matos, o candidato da oposição à Presidência da República.

1944

Casa-se com a pintora Ilda Reis.

1947

Publica Terra do Pecado, o seu primeiro romance, intitulado inicialmente A Viúva.

Nasce a sua filha, Violante.

Na segunda metade dos anos cinquenta e até 1953 escreve numerosos poemas, contos - alguns dos quais são publicados em revistas e jornais - e esboça a redacção de pelo menos quatro romances, dos quais apenas conclui um.

1948

Morre o seu avô, Jerónimo Melrinho.

1950

Começa a trabalhar na Caixa de Previdência do Pessoal da Companhia Previdente, fazendo cálculos de subsídios e de pensões, graças à mediação do seu antigo professor Jorge O´Neil.

1953

Termina Clarabóia, romance inédito, com que encerra uma série de infrutíferas tentativas narrativas que aborda sob títulos como O Mel e o Fel, Os Emparedados e Rua.

1955

A convite de Nataniel Costa enceta colaboração com a editora Estúdios Cor, no sector de produção. O seu nome começa a ser conhecido no campo da literatura e da cultura. Inicia a sua actividade como tradutor, cifrada em mais de sessenta títulos, até meados da década de oitenta. Na segunda metade da década de cinquenta traduz cerca de dezasseis livros, entre eles de autores como Colette e Tolstoi.

1959

Abandona a Companhia Previdente para trabalhar exclusivamente na editora Estúdios Cor.

1964

Em 13 de Maio morre o seu pai, no Hospital dos Capuchos, aos sessenta e oito anos de idade.

1966

É editado o seu primeiro livro de poesia, Os Poemas Possíveis.

Ao longo desta década continua a sua actividade de tradutor, se bem que com mais moderação. Traduz, entre outros, Colette, Cassou, Audisio, Maupassant e Bonnard.

1967-1968

Colabora como crítico literário na revista Seara Nova. Nesta condição, escreve sobre vinte e três livros de ficção, entre eles títulos de Jorge de Sena, Agustina Bessa-Luís, Júlio Moreira, Alice Sampaio, Augusto Abelaira, Urbano Tavares Rodrigues, José Cardoso Pires, Rentes Carvalho, Nelson de Matos, Manuel Campos Pereira...

Publica crónicas no jornal A Capital, nas secções "Rua Acima, Rua Abaixo" e "Deste Mundo e do Outro".

1969

Filia-se no Partido Comunista Português.

Faz a sua primeira viagem ao estrangeiro (Paris).

Continua a publicar crónicas jornalísticas n'A Capital, na secção "Deste Mundo e do Outro".

1970

Divorcia-se de Ilda Reis.

Muda-se para Lisboa, depois de viver doze anos na Parede.

Inicia uma relação com a escritora Isabel da Nóbrega, que durará até 1986.

Publica o livro de poemas Provavelmente Alegria.

1971

Deixa a editora Estúdios Cor.

Sob o título Deste Mundo e do Outro, reúne as crónicas publicadas no jornal A Capital (1968-1969), cujo suplemento "A Semana" coordenou.

Continua a publicar crónicas nos jornais A Capital e Jornal do Fundão, na secção Deste Mundo e do Outro.

1972

Publica numerosas crónicas no Jornal do Fundão.

Trabalha como editorialista no Diário de Lisboa .

Nasce a sua primeira neta, Ana.

1973

Continua como editorialista no Diário de Lisboa.

Publica O Embargo.

Dá à estampa A Bagagem do Viajante, segundo volume das crónicas jornalísticas publicadas nos jornais diários A Capital e Jornal do Fundão (1971-1972).

Dirige o suplemento literário do Diário de Lisboa.

1974

Colabora com a revista Arquitectura.

Após a Revolução do 25 de Abril coordena uma equipa do Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis (FAOJ), sob dependência do Ministério da Educação.

Colabora como assessor do Ministério da Comunicação Social.

Edita o seu primeiro volume de crónicas políticas, As Opiniões Que o DL Teve, onde colige os editoriais que publicou anonimamente no Diário de Lisboa em 1972 e 1973.

1975

Publica no Diário de Notícias o "Primeiro e Segundo Poema dos Mortos".

É nomeado director-adjunto do Diário de Notícias. Acusado de radicalismo marxista, vive um tumultuoso momento de crise, paralelo à evolução política moderada da Revolução, que o afasta do jornal, sem sequer receber apoio do seu partido.

Ao ficar desempregado no 25 de Novembro, decide não procurar outro trabalho e dedicar-se exclusivamente à escrita e à tradução. Os seus únicos rendimentos provêm das traduções, e intensifica esta actividade, a partir deste ano, vertendo para português, entre 1976 e 1979, cerca de vinte e sete obras, muitas delas de carácter político: Frémontier, Jivkov, Moskovichov, Pramov, Grisnoni, Poulantzas, Bayer, Hegel, Romain...

Faz parte do Movimento Unitário de Trabalhadores Intelectuais para a Defesa da Revolução (MUTI).

Publica o livro de poemas O Ano de 1993.

1976

Faz uma recompilação das crónicas escritas no Diário de Notícias, que publica com o título Apontamentos.

Em Dezembro publica o romance Manual de Pintura e Caligrafia.

1977

No início do ano transfere-se durante uns meses para Lavre, Montemor-o-Novo, onde convive com trabalhadores da Unidade Colectiva de Produção Boa Esperança, com o objectivo de preparar o seu romance Levantado do Chão , que será publicado no ano de 1980.

1978

Publica Objecto Quase (contos).

1979

Publica a peça de teatro A Noite, que recebe o Prémio da Associação Portuguesa de Críticos.

Publica-se Poética dos Cinco Sentidos , livro de contos em que vários autores escrevem sobre os sentidos. A colaboração de José Saramago intitula-se O Ouvido.

O Círculo de Leitores encarrega-o de escrever um livro de viagens sobre Portugal.

1980

Surge Levantado do Chão, que marca o início do estilo saramaguiano. É-lhe atribuído o Prémio Cidade de Lisboa.

Publica a peça de teatro Que Farei com Este Livro?, representada nesse ano no Teatro de Almada. Entre esta data e 1985 traduz cerca de dez títulos de vários autores: Bautista, Honoré, Jivkov, Duby, Hikmet...

1981

É publicada Viagem a Portugal.

1982

Em Agosto morre a sua mãe, Maria da Piedade, aos 81 anos.

Publica Memorial do Convento, que o consagra internacionalmente.

Dá à estampa a segunda edição, revista e corrigida, de Provavelmente Alegria.

1983

Atribuição a Memorial do Convento do Prémio Pen Club 1983 e do Prémio Literário Município de Lisboa.

1984

Publica O Ano da Morte de Ricardo Reis.

Preside à Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores.

Nasce o seu neto, Tiago.

1985

É nomeado Comendador da Ordem Militar de Santiago de Espada pelo Presidente da República, Mário Soares.

Prémio Pen Club 1985 pelo título O Ano da Morte de Ricardo Reis.

Prémio da Crítica 1985, pela Associação Portuguesa de Críticos.

1986

Termina a relação com Isabel da Nóbrega.

Publica A Jangada de Pedra.

Prémio Dom Dinis (Fundação Casa de Mateus) 1986, pela obra O Ano da Morte de Ricardo Reis.

Começa a escrever as crónicas "A Letra da Tabuleta" no JL (Jornal de Letras, Artes e Ideias ).

Conhece Pilar del Río.

1987

Publica peça de teatro A Segunda Vida de Francisco de Assis, levada à cena posteriormente no Teatro Aberto.

Recebe o Prémio Grinzane-Cavour (Alba, Itália) 1987 atribuído a O Ano da Morte de Ricardo Reis.

1988

Casa-se com a jornalista Pilar del Río.

1989

Publica História do Cerco de Lisboa.

1990

Estreia no Teatro Alla Scalla de Milão a ópera Blimunda, com libreto do músico italiano Azio Corghi baseado no romance Memorial do Convento.

1991

Publica O Evangelho Segundo Jesus Cristo, obra galardoada com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores e com o Prémio Brancatti (Zafferana, Itália).

É nomeado Doutor Honoris Causa pelas Universidades de Turim e Sevilha.

O governo francês concede-lhe o título de Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras.

A Lello Editores publica a sua obra completa em três tomos.

1992

O governo português veta a candidatura de O Evangelho Segundo Jesus Cristo ao Prémio Literário Europeu.

Em Itália, recebe o Prémio Internacional Ennio Flaiano (Pescara, Itália) atribuído ao romance Levantado do Chão.

É-lhe concedido o Prémio Literário Internacional Mondello (Palermo, Itália).

1993

Transfere a sua residência para Lanzarote.

Publica a sua quarta peça de teatro, In Nomine Dei, que é distinguida com o Grande Prémio de Teatro da Associação Portuguesa de Escritores.

Torna-se membro do Parlamento Internacional de Escritores, com sede em Estrasburgo.

Atribuição do The Independent Foreign Fiction Award (Inglaterra) a O Ano da Morte de Ricardo Reis (tradução inglesa).

Recebe o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores.

Estreia no teatro de Münster (Alemanha) da ópera Divara, com música de Azio Corghi e libreto baseado na peça In Nomine Dei.

1994

Publica-se o primeiro volume de Cadernos de Lanzarote.

Ingressa na Academia Universal das Culturas (Paris).

Ingressa na Academia Argentina de Letras.

Ingressa no Patronato de Honra da Fundação César Manrique (Lanzarote).

É nomeado Presidente Honorário da Sociedade Portuguesa de Autores.

1995

Publica Ensaio sobre a Cegueira.

Publica o segundo volume de Cadernos de Lanzarote.

É-lhe atribuído o Prémio Camões.

É nomeado Doutor Honoris Causa pela Universidade de Manchester (Inglaterra).

Estreia de A Morte de Lázaro, com música de Azio Corghi e libreto baseado nas obras In Nomine Dei, O Evangelho Segundo Jesus Cristo e Memorial do Convento.

Recebe o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores.

1996

Viaja para o Brasil a fim de receber o Prémio Camões.

Publica o terceiro volume de Cadernos de Lanzarote .

1997

Sai o quarto volume de Cadernos de Lanzarote.

Publica o romance Todos os Nomes.

É nomeado Filho Adoptivo de Lanzarote.

Publica o Conto da Ilha Desconhecida.

Doutor Honoris Causa, Universidade de Castilha-la-Mancha (Espanha).

1998

Recebe o Prémio Nobel da Literatura "... pela sua capacidade de tornar compreensível uma realidade fugidia, com parábolas sustentadas pela imaginação, pela compaixão e pela ironia", segundo a Academia Sueca.

Sai o quinto volume de Cadernos de Lanzarote.

É-lhe atribuído o Prémio Scanno/Universidade G. D'Annunzi pelo livro Objecto Quase.

1999

Publica Folhas Políticas.

É nomeado Filho Adoptivo de Tías (Lanzarote).

Visita e permanece durante alguns dias no México, com os Zapatistas.

Doutor Honoris Causa, Universidade de Évora (Portugal).

Doutor Honoris Causa, Universidade de Nottingham (Inglaterra).

Doutor Honoris Causa, Universidade de Porto Alegre (Brasil).

Doutor Honoris Causa, Universidade de Minas Gerais (Brasil).

Doutor Honoris Causa, Universidade de Santa Catarina (Brasil)

Doutor Honoris Causa, Universidade de Rio de Janeiro (Brasil).

Doutor Honoris Causa, Universidade de Massachusetts (EUA).

Doutor Honoris Causa, Universidade de Las Palmas de Gran Canaria (Espanha).

Doutor Honoris Causa, Universidade Pontifícia de Valência (Espanha).

Doutor Honoris Causa, Universidade de Rio Grande do Sul (Brasil).

Doutor Honoris Causa, Universidade de Fluminense (Brasil).

Doutor Honoris Causa, Universidade de Michel de Montaigne (França).

2000

Publica A Caverna.

Recebe a Medalha de Ouro que lhe é outorgada pelo Governo de Canárias.

Doutor Honoris Causa, Universidade de Salamanca (Espanha).

Doutor Honoris Causa, Universidade de Santiago do Chile (Chile).

Doutor Honoris Causa, Universidade do Uruguai (Uruguai).

2001

Publica A Maior Flor do Mundo.

Recebe o Prémio Canárias Internacional concedido pelo Governo de Canárias.

Doutor Honoris Causa, Universidade de Granada (Espanha).

Doutor Honoris Causa, Universidade Carlos III (Espanha).

Doutor Honoris Causa, Universidade de Roma (Itália).

2002

Publica O Homem Duplicado.

Doutor Honoris Causa, Universidade de Stranieri de Siena (Itália).

2003

Doutor Honoris Causa, Universidade Autónoma do México (México).

Doutor Honoris Causa, Universidade de Tabasco (México).

Doutor Honoris Causa, Universidade de Buenos Aires (Argentina).

2004

Publica Ensaio sobre a Lucidez.

Doutor Honoris Causa, Universidade Charles de Gaulle (França).

Doutor Honoris Causa, Universidade de Alicante (Espanha).

Doutor Honoris Causa, Universidade de Coimbra (Portugal).

Doutor Honoris Causa, Universidade de Brasília (Brasil).

2005

Publica Don Giovanni ou o Dissoluto Absolvido.

Don Giovanni ou o Dissoluto Absolvido é traduzido para italiano.

Doutor Honoris Causa, Universidade de Edmonton (Canadá).

Doutor Honoris Causa, Universidade Nacional de El Salvador (El Salvador).

Doutor Honoris Causa, Universidade Nacional de São José da Costa Rica (Costa Rica).

Em fins de Julho a Companhia de Teatro O Bando estreia uma adaptação teatral de Ensaio sobre a Cegueira no Teatro da Trindade. A dramaturgia e a encenação são de João Brites.

Doutor Honoris Causa, Universidade de Estocolmo (Suécia).

Compra uma casa em Lisboa, no Bairro do Arco do Cego, que a partir de finais de Outubro lhe servirá de residência durante as suas permanências na capital.

Publica As Intermitências da Morte. No Teatro Nacional de São Carlos tem lugar uma iniciativa inédita: a apresentação conjunta das edições portuguesa, brasileira, catalã, italiana e espanhola (De Espanha e da América falante do castelhano), com leituras de excertos da obra em todas estas línguas, num acto de homenagem à diversidade cultural. A edição foi impressa em papel "amigo das florestas", por acordo entre José Saramago, editores e a Greenpeace. A música de Bach foi o fundo musical do evento.

2006

É nomeado Filho Predilecto da Província de Granada.

Em Fevereiro começa a escrever As Pequenas Memórias, concluindo o livro em Agosto. Trata-se de um projecto concebido e amadurecido durante mais de vinte anos.

No Verão inaugura-se a biblioteca de sua casa em Tías, Lanzarote, numa festa cultural com a bailarina María Pagés e os cantores Luis Pastor e Pasión Vega, e à qual assistem numerosos amigos de Espanha e de Portugal.

Publica As Pequenas Memórias. O lançamento é feito na Azinhaga, coincidindo com a passagem do seu 84.º aniversário.

É-lhe atribuído o Prémio Dolores Ibarruri.

Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Dublin no Bloomsday (Irlanda).

Em Guadalajara, México, procede-se à leitura teatral de As Intermitências da Morte com Gael Diaz Bernal.

Petras, Gracia: Concerto A Maior Flor do Mundo.

Lisboa: estreia de Don Giovanni ou o Dissoluto Absolvido, no Teatro Nacional de São Carlos.

Milão: estreia no Teatro Alla Scalla de Don Giovanni ou o Dissoluto Absolvido.

2007

A 17 de Janeiro Luis Pastor apresenta o CD Nesta Esquina do Tempo, em que são musicados poemas de Saramago.

A 3 de Fevereiro são apresentadas As Pequenas Memórias em Tías, Lanzarote.

Em Fevereiro começa a escrever A Viagem do Elefante. Até Maio escreve cerca de quarenta páginas, mas depressa o interrompe por problemas de saúde. Só voltará a pegar-lhe em Fevereiro de 2008.

A 28 de Fevereiro é nomeado Filho Predilecto da Andaluzia.

A 7 de Março é levado à cena, em Nova Iorque, o seu romance Ensaio sobre a Cegueira, pela mão do director artístico da Godlight Theater Company.

A 15 de Março é nomeado Doutor Honoris Causa pela Universidade Autónoma de Madrid.

A 20 de Março apresenta-se na Corunha La flor más grande del mundo, uma curta-metragem de animação baseada no conto de Saramago A Maior Flor do Mundo, realizada por Juan Pablo Etcheverry e com música de Emilio Aragón.

Em Março estreia-se em Helsínquia Baltasar e Blimunda, espectáculo musical realizado sobre textos do Memorial do Convento e música de Domenico Scarlatti. Na obra, criada e dirigida por Lisbeth Landefort, intervêm, além de uma voz recitante, a cravista Elina Mustonen, a soprano Sirkka Lampimäki e a bailarina Lili Dahlberg. O espectáculo estrear-se-á em Madrid a 16 de Novembro, para celebrar o 85º aniversário do escritor; em Lisboa, a 18 de Novembro; em Lanzarote, a 13 de Janeiro de 2008.

Em Abril termina o texto "As Sete Palavras do Homem" ["Las siete palabras del hombre"]. É uma encomenda de Jordi Savall para acompanhar a sua gravação da versão orquestral de As Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz de Joseph Haydn, à frente da orquestra Le Concert des Nations. O texto de Saramago reproduz-se no folheto que acompanha o CD. As Sete Palavras de Cristo na Cruz é uma partitura encomendada ao compositor vienense pela Hermandad da Santa Cueva de Cádiz, em 1785. Constitui um desafio, pois tratava-se de criar um "oratório sem palavras", em sete movimentos lentos (sonatas), que servissem de contraponto musical às palavras lidas dos evangelhos.

Em Junho começa a escrever A Viagem do Elefante, que interromperá em Outubro por motivo de uma doença grave. Saramago explicaria a origem do romance: "Foi há uns dez anos, em Salzburgo. Num restaurante chamado precisamente O Elefante, vi um friso de pequenas esculturas que representavam a caminhada de um elefante desde Lisboa até Viena." Numa folha de agradecimentos, no início do livro, o autor precisa as circunstâncias que favoreceram o nascimento da obra, a propósito de um jantar no referido restaurante, depois de proferir uma conferência na Universidade de Salzburgo: "Foi necessário que os ignotos fados se tivessem situado na cidade de Mozart para que este escritor pudesse perguntar: "Que figuras são essas?" As figuras eram umas pequenas esculturas de madeira postas em fila, e a primeira delas, da direita para a esquerda, era a Torre de Belém em Lisboa. A seguir vinham representações de vários edifícios e monumentos europeus que manifestamente anunciavam um itinerário. Disseram-me que se tratava da viagem de um elefante que, no século XVI, exactamente em 1551, sendo rei D. João III, foi levado desde Lisboa até Viena. Pressenti que aí podia haver uma história..."

Em Junho cria a Fundação José Saramago, não apenas com o objectivo de promover a conservação, o estudo e o conhecimento da sua obra mas também de intervir social e culturalmente, de impulsionar acções a favor do ambiente e de contribuir para a promoção activa dos direitos humanos. Numa declaração de princípios assinada a 29 de Junho de 2007 por José Saramago, dirigida aos patronos da sua Fundação, expõe como suas vontades:

"a ) Que a Fundação José Saramago assuma, nas suas actividades, como norma de conduta, tanto na letra como no espírito, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada em Nova Iorque no dia 10 de Dezembro de 1948; b) Que todas as acções da Fundação José Saramago sejam orientadas à luz deste documento que, embora longe da perfeição, é, ainda assim, para quem se decidir a aplicá-lo nas diversas práticas e necessidades da vida, como uma bússola, a qual, mesmo não sabendo traçar o caminho, sempre aponta o Norte; c) Que à Fundação José Saramago mereçam atenção particular os problemas do meio ambiente e do aquecimento global do planeta, os quais atingiram níveis de tal gravidade que já ameaçam escapar às intervenções correctivas que começam a esboçar-se no mundo." E conclui: "Bem sei que, por si só, a Fundação José Saramago não poderá resolver nenhum destes problemas, mas deverá trabalhar como se para isso tivesse nascido. Como se vê, não vos peço muito, peço-vos tudo."

A 15 de Julho é publicada uma entrevista de João Céu e Silva no Diário de Notícias, em que Saramago declara que, no seu entender, Portugal acabará por se integrar administrativamente, embora não culturalmente, na Espanha: "Não deixaríamos de falar português, não deixaríamos de escrever na nossa língua e certamente com dez milhões de habitante teríamos tudo a ganhar em desenvolvimento nesse tipo de aproximação e de integração territorial, administrativa e estrutural." E sugere que a Espanha provavelmente deveria mudar de nome, passando a chamar-se Ibéria: "Se Espanha ofende os nossos brios, era uma questão a negociar." As suas palavras têm grande ressonância polémica na Península Ibérica e geram um grande debate público.

Em Cartagena das Índias, Colômbia, intervém perante um fórum de líderes da América organizado pela Fundación Carolina, para falar da necessidade da emergência do mundo indígena na América. "O outro lado da lua" foi o título da sua intervenção.

A 16 de Julho, em Castril (Granada, Espanha), numa renovação de votos, volta a contrair matrimónio com Pilar del Río, num acto simbólico de homenagem à mãe de Pilar, meses após a sua morte. Nessa noite Paco Ibañez dá um recital emocionante na praça da aldeia em memória de Carmen, mãe de 15 filhos, da mãe de Saramago, Maria da Piedade, e também da sua própria mãe, uma corajosa exilada que não se rendeu.

O realizador de cinema Fernando Meirelles trabalha na adaptação cinematográfica do Ensaio sobre a Cegueira.

Em Setembro recebe o Prémio Save the Children pela sua contribuição na defesa dos direitos da infância, juntamente com Graça Machel, Jane Fonda e Anne Sophie Mutter.

Em Outubro viaja para a Argentina, para assistir à reunião do júri do Prémio Clarín de romance e visitar o Memorial aos desaparecidos da ditadura com as Mães e as Avós de Maio, que iam falando dos nomes dos seus filhos como se os nomes fossem pessoas. Saramago acariciou as pessoas, embora fosse em cadeira de rodas. Regressa a Espanha muito debilitado por uma pneumonia, tendo que ingressar num hospital de Madrid.

A 23 de Novembro a Fundação César Manrique (Lanzarote) inaugura uma grande exposição, comissariada por Fernando Gómez Aguilera, dedicada à sua vida e à sua obra literária, intitulada José Saramago. A Consistência dos Sonhos. Além de inéditos descobertos durante o período preparatório da mostra, reúne abundantes manuscritos, primeiras edições, material documental, agendas pessoais, jornais e revistas, cadernos de notas, obras e documentos audiovisuais, traduções, num total de mais de um milhar de documentos. Ao acto, que congrega autoridades nacionais e amigos de vários países, Saramago desloca-se em cadeira de rodas e expressa o seu agradecimento e a sua emoção: "Não sabia que tinha trabalhado tanto."

Depois de treze anos de afrontas e coincidindo com o 25º aniversário da primeira edição de Memorial do Convento, a Câmara Municipal de Mafra concede-lhe a Medalha de Ouro Municipal. Saramago aceita a distinção "em nome do povo de Mafra".

Em Dezembro representa-se no Centro Andaluz de Teatro (CAT), em Sevilha, a sua peça de teatro In Nomine Dei uma crítica da intolerância e do fanatismo religiosos , encenada por José Carlos Plaza e produzida pelo próprio CAT.

Representação da peça Que Farei com Este Livro? pela Companhia de Teatro de Almada em Almada (Portugal).

A 9 de Dezembro a curta-metragem de animação La flor más grande del mundo (realização de Juan Pablo Etcheverry sobre o conto de José Saramago A Maior Flor do Mundo) ganhou o prémio de melhor filme de animação no Anchorage International Film Festival no Alaska.

A 18 de Dezembro dá entrada num hospital de Lanzarote, acometido por uma pneumonia que evoluirá, com complicações, ao ponto de pôr a sua vida em risco. Estará hospitalizado um mês e três dias.

2008

No dia 13 de Janeiro encerra, na Fundação César Manrique (Lanzarote), a Exposição José Saramago. A Consistência dos Sonhos .

A 22 de Janeiro tem alta hospitalar e regressa a casa.

No dia seguinte a abandonar o hospital, retoma a escrita de A Viagem do Elefante, interrompida pela doença. Os dois primeiros dias dedica-os à correcção do que já estava escrito em cerca de quarenta páginas e no terceiro já avança na história. Numa entrevista publicada em Outubro de 2008, no Brasil, comentará: "É sabido que passei por uma doença muito grave. Tive que interromper a escrita do livro [A Viagem do Elefante]. Internaram-me num hospital, mas vinte e quatro horas depois de regressar a casa já estava sentado a escrever. Entre finais de Fevereiro e Agosto, não parei. Pode concluir-se que retomei os meus hábitos de sempre: disciplina, trabalho regular e um pouco de obstinação." Um mês mais tarde insistiria: "Comecei o livro em Fevereiro de 2007, e até Maio escrevi cerca de 40 páginas. Não avancei porque a minha saúde piorou. Mas, como já me havia decidido por um certo tipo de narrativa, não se produziu nenhuma alteração no estilo [...] É como se houvesse outro que escrevesse por mim."

Em Fevereiro, foi nomeada a curta-metragem de animação La flor más grande del mundo (realização de Juan Pablo Etcheverry sobre o conto de José Saramago A Maior Flor do Mundo) para a edição dos Prémios Goya 2008 da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas de Espanha. Com estas distinções, A Maior Flor do Mundo consegue outro grande êxito na sua passagem pelos festivais VII edição dos Premios Mestre Mateo (Academia Galega do Audiovisual) ou 17º Tokyo Global Environmental Film Festival.

A 28 de Fevereiro a Fundação José Saramago é reconhecida oficialmente pelo governo português, com publicação no Diário da República desse dia.

A 1 de Março inauguram-se as actividades da Fundação José Saramago em Lanzarote com um encontro na biblioteca entre Saramago e María Kodama para falar de Borges. A mesma actividade será organizada em Lisboa pela sua Fundação a 20 de Junho, subordinada ao título "E se falássemos de Borges?".

Primeiros ateliers com escolas no auditório da Fundação José Saramago em Lisboa (Portugal) a propósito da curta-metragem de animação A Maior Flor do Mundo, disponível em DVD em versão bilingue.

A 15 de Março, homenagem a José Saramago (Teatro Nacional Dona Maria II / Companhia de Teatro de Almada mesa-redonda "O Teatro em José Saramago" e descerramento de uma placa de homenagem ao escritor) no TNDM II em Lisboa (Portugal).

A 29 de Março o ministro da Cultura de Portugal, José António Pinto Ribeiro, visita Saramago em Lanzarote.
Em Abril viaja até Lisboa, onde no dia 23 se inaugura, com a presença do primeiro-ministro do seu país, a Exposição José Saramago. A Consistência dos Sonhos, organizada, na Galeria de Pintura do Rei D. Luís, no Palácio Nacional da Ajuda, pelo Ministério da Cultura português (Instituto dos Museus e Conservação IMC, Biblioteca Nacional de Portugal BNP e Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas DGLB). Durante a sua permanência de três meses em Lisboa, continua escrevendo A Viagem do Elefante .

A 26 de Abril a curta-metragem de animação La flor más grande del mundo (realização de Juan Pablo Etcheverry sobre o conto de José Saramago A Maior Flor do Mundo) ganhou o prémio de melhor filme de animação no Festival Contraplano 08 em Segovia.

A 14 de Maio, o Festival de Cinema de Cannes abre com o filme Blindness, uma adaptação do romance Ensaio sobre a Cegueira transposta para os ecrãs pelo realizador brasileiro Fernando Meirelles. Quatro dias mais tarde, Meirelles e os produtores do filme exibem-no em Lisboa num visionamento privado a que assiste José Saramago. Na capital lusa, o filme estreará em Outubro. Apesar das suas reticências a que os seus romances sejam transpostos para cinema, Saramago sente-se satisfeito com o trabalho do cineasta: "O resultado da adaptação de Fernando Meirelles é mais que satisfatório. Considero-o mesmo brilhante. O essencial da história está ali, como seria de esperar, mas sobretudo encontrei, na narrativa cinematográfica, o mesmo espírito e o mesmo impulso humanístico que me levaram a escrever o livro."

A 31 de Maio inaugura-se uma extensão local da Fundação José Saramago em Azinhaga. Nesse mesmo dia, a sua aldeia natal gemina-se com os municípios de Tías (Lanzarote) e Castril (Granada), reunindo-se assim, simbolicamente, três municípios vinculados à história sentimental de Saramago. Homenagem a Pilar del Río com descerramento de placa toponímica em Azinhaga. Lançamento do livro Memórias da Terra de José Saramago Azinhaga, de José Henriques Dias, primeiro título editado pela Fundação José Saramago, em Azinhaga.

Realização de ateliers com escolas, a propósito da curta-metragem de animação A Maior Flor do Mundo, em Azinhaga (Ribatejo, Portugal), no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Criança.

Representação única da peça Que Farei com Este Livro? pela Companhia de Teatro de Almada no Teatro Municipal de Almada, em Almada (Portugal).

The Biggest Flower in the World (realização de Juan Pablo Etcheverry sobre o conto de José Saramago A Maior Flor do Mundo) vence o Prémio de Melhor Argumento no Chicago Short Film Festival (Festival de Curtas-Metragens de Chicago).

A 20 de Junho, palestra-colóquio E Se Falássemos de Borges? com María Kodama e José Saramago na Biblioteca Nacional, em Lisboa.

Concerto executado pelo Quarteto Vianna da Motta, com interpretação do Quarteto n.o 9, op. 117, de D. Shostakovich na Galeria de Pintura do Rei D. Luís I no Palácio Nacional da Ajuda (Lisboa).

A 10 de Julho a Fundação José Saramago realiza no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, uma homenagem a Jorge de Sena subordinada ao título "Jorge de Sena Um regresso", com a presença e participação do ministro da Cultura português, José António Pinto Ribeiro, e intervenções de José Saramago, Eduardo Lourenço, Vítor Aguiar e Silva, Jorge Fazenda Lourenço, António Mega Ferreira e Jorge Vaz de Carvalho, que procedeu à leitura de poemas do homenageado, acompanhado ao piano por António Rosado.

Curso Livre em torno da obra de José Saramago, organizado pelo IMC e pela DGLB no âmbito da exposição José Saramago. A Consistência dos Sonhos (10 e 11 de Julho), na Galeria de Pintura do Rei D. Luís I, Palácio Nacional da Ajuda (Lisboa).

A 16 de Julho, a Câmara Municipal de Lisboa aprova a cedência da Casa dos Bicos à Fundação José Saramago por um período de 10 anos para que ali se instale a sua sede. No dia seguinte é assinado o protocolo de cedência entre a Câmara e a Fundação.

A 18 de Julho voa de Lisboa para Lanzarote.

Lançamento do sítio da Fundação José Saramago na Internet.

A 22 de Agosto acaba na sua casa em Lanzarote A Viagem do Elefante. A obra parte de um episódio histórico localizado em 1551, a oferta de um elefante asiático por parte do rei D. João III de Portugal a seu primo, o arquiduque Maximiliano de Áustria. Saramago reinventa a viagem que, por terra e por mar, o paquiderme realiza desde Belém (Lisboa) a Viena. A ironia, o sarcasmo e o humor formam uma amálgama com a compaixão para oferecer, como o próprio autor assinalou, "uma metáfora da vida humana": "O que me levou a este livro foi o destino do elefante, no sentido em que, depois de morrer, lhe cortaram as patas para as colocarem na entrada do palácio para porem nelas os guarda-chuvas, as bengalas e as sombrinhas. Sem esse destino, tão grotesco, tão absurdo, talvez não tivesse escrito o livro. Em qualquer caso, excluindo esse final, o livro é uma metáfora da vida humana." Mas o alcance metafísico da narração não exclui a dimensão crítica da metáfora mediante a qual o escritor, amparado no seu célebre pessimismo, censura a estupidez do homem e investe duramente contra a Igreja, a nobreza e o estatuto militar, em suma, contra o poder, desmitificando as instituições para sublinhar o valor do marginal e do aparentemente menor, do ponto de vista histórico. Saramago assume uma posição cervantina e presta tributo à língua portuguesa, ao gosto pelo idioma e à invenção narrativa.

Em fins de Agosto dá-se início ao blog da Fundação José Saramago.

Coincidindo com a festa anual (Seixal, Portugal) do jornal Avante!, o Partido Comunista Português presta-lhe uma homenagem.

A 15 de Setembro inicia "O Caderno de Saramago" no blog da Fundação José Saramago, onde publicará regularmente os seus textos, por norma cinco artigos por semana.

A 22 de Novembro viaja de Lisboa para o Brasil.

A 26 de Novembro A Viagem do Elefante será apresentado, pela primeira vez, na Academia Brasileira das Letras, no Rio de Janeiro, e no dia seguinte, na Sesc Pinheiros, em São Paulo. A 3 de Dezembro o mesmo sucederá no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. As edições portuguesa, brasileira, espanhola e catalã saem em simultâneo.

A 29 de Novembro é inaugurada a Exposição José Saramago. A Consistência dos Sonhos no Instituto Tomie Ohtake de São Paulo.

A 1 de Dezembro regressa a Lisboa.

Em co-edição com a Fundação José Saramago, a Editorial Caminho imprime una edição especial limitada e numerada de A Viagem do Elefante, que inclui 15 ilustrações de Pedro Proença.

Edita-se e é apresentada uma edição especial de Levantado do Chão ilustrada por Armando Alves e coordenada por José da Cruz Santos, da editora Modo de Ler. O livro apresenta-se numa caixa com gravação e tem um prólogo de Pilar del Río.

A 5 de Dezembro escreve, na sua casa de Lisboa, a primeira página do seu novo livro, obra que conclui no dia 16 de Março em Lanzarote. Cinco dias antes anunciara no Brasil que começaria um novo livro.

A 10 de Dezembro, coincidindo com o 10.o aniversário da atribuição do Prémio Nobel, a Fundação José Saramago realiza uma homenagem à literatura portuguesa na Casa do Alentejo em Lisboa, na qual 25 escritores, actores e jornalistas emprestam a sua voz a autores já desaparecidos. Saramago lê Fernando Namora. A Fundação distribui nesse dia na imprensa portuguesa um folheto com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a propósito do seu 60.o aniversário.

A 11 de Dezembro, também na Casa do Alentejo, o juiz Baltasar Garzón, em colóquio com Saramago, explica o processo de Pinochet e os actos judiciais que se estão levando a cabo na América contra os crimes das ditaduras.

A 12 de Dezembro inaugura em Lisboa, com María Kodama, o Memorial a Jorge Luis Borges.

A 16 de Dezembro apresenta a edição espanhola de A Viagem do Elefante na Casa de América, Madrid.

A 28 de Dezembro regressa a Lanzarote, depois de passar o Natal em Granada. Escreve para o blog a entrada "Cunhados", que reflecte o que significa para ele, filho único, estar com tantos cunhados, os 14 irmãos e irmãs de Pilar e seus respectivos pares.

2009

Durante o mês de Janeiro, dedica-se a escrever o seu novo livro.

No início de Fevereiro participa numa homenagem a Jorge Sampaio, em Lisboa.

A 5 de Fevereiro visita as obras de remodelação da Casa dos Bicos, futura sede da fundação que leva o seu nome.

A 1 de Março estreia em Madrid o filme A ciegas, de Fernando Meirelles, adaptação cinematográfica de Ensaio sobre a Cegueira. Saramago participa, juntamente com Meirelles, na sua apresentação.

A 4 de Março inaugura-se em Albacete (Espanha) a Casa da Cultura José Saramago, com a presença do ministro da Cultura espanhol.

A 16 de Março, em Lanzarote, conclui o seu novo livro. A sua publicação só acontecerá no mês de Outubro.

A 26 de Março encerra, em Arrecife de Lanzarote, as II Jornadas sobre Legalidade Urbanística, organizadas pelo presidente do município de Lanzarote.

A 5 de Abril, dá entrada numa clínica de Lanzarote afectado por problemas de saúde. Permanece hospitalizado quinze dias.

A 13 de Abril, abandona por umas horas a clínica para participar na mesa-redonda, "Experiência de Um Sequestro", organizada conjuntamente pela Fundação César Manrique e pela Fundação José Saramago, com o político colombiano Sigifredo López, primeiramente sequestrado e libertado oito anos depois pelas FARC. A 20 de Abril deixa o hospital.

A 16 de Abril recebe em Granada (Espanha), juntamente com Dario Fo, o XI Prémio Caja Granada de Cooperación Internacional, nos actos preliminares do Hay Festival Alambra, em "reconhecimento do esforço e da dedicação de ambos na procura de uma maior justiça social no mundo". No valor de cinquenta mil euros, o dinheiro será utilizado para construir um Centro Cultural Sete Sóis Sete Luas na Ribeira Grande (Ilha de Santo Antão), em Cabo Verde. Saramago, ainda internado, não pode assistir à entrega do prémio e envia uma gravação.

A 23 de Abril, coincidindo com o Dia Mundial do Livro, a Fundação José Saramago e a Editorial Caminho publicam conjuntamente O Caderno, uma compilação dos textos diários que Saramago, desde Setembro de 2008 até meados de Março de 2009, foi publicando no seu blog O Caderno de Saramago, incorporado na página web da sua Fundação e difundido por internet. A sua primeira entrada a 17 de Setembro , intitulada "Palavras para uma cidade", dedicou-a a Lisboa. Sobre os seus comentários confessou: "Disseram-me que tinham reservado para mim um espaço no blog [da Fundação José Saramago] e que tinha que escrever nele o que fosse, comentários, reflexões, simples opiniões sobre isto e aquilo, enfim, o que viesse ao caso." A última entrada deste tomo, 15 de Março, intitula-se "Presidenta" e é uma declaração de intenções do que quer que seja a Fundação e o papel de Pilar, sua mulher, na organização do trabalho actual e na projecção que venha a ter no futuro.

A 24, lançamento do livro Uma longa viagem com Saramago, da autoria de João Céu e Silva, publicado pela Porto Editora, e apresentado por Ricardo Araújo Pereira.

A 23 de Maio, no município de Almada (Portugal), inaugura-se a Biblioteca Municipal José Saramago, integrada no complexo arquitectónico do Centro Cívico do Feijó. As instalações incorporam um grande mural de catorze mil azulejos criado por Querubim Lapa. Em começos de Junho de 2008 fez-se o anúncio da atribuição do nome do escritor à biblioteca, coincidindo com a visita do Prémio Nobel a Almada para assistir à representação da peça teatral Que Farei com Este Livro?, escrita por Saramago para a Companhia de Teatro de Almada e estreada em 1980.

No mesmo dia 23, a curta-metragem de animação La flor más grande del mundo (realização de Juan Pablo Etcheverry sobre o conto de José Saramago A Maior Flor do Mundo) ganhou o prémio de melhor curta-metragem de ficção ou de animação no Festival Internacional de Cine Ecológico e Natureza de Canarias.

A Editora Einaudi, que habitualmente edita em Itália a obra de Saramago, recusa a publicação de O Caderno, pelas referências críticas dedicadas ao primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, proprietário da empresa editora no post "Berlusconi & Cia". A Einaudi justificou a sua decisão de não publicar o livro "porque, entre muitas outras coisas, no mesmo se diz que Berlusconi é um delinquente. Quer se trate dele ou de qualquer outro expoente político, de qualquer segmento ou partido, a Einaudi defende a liberdade de criticar, mas nega-se a fazer sua uma acusação que qualquer tribunal condenaria [&] A Einaudi é propriedade de Berlusconi. E seria grotesco que esta casa editora fosse levada a tribunal por difamação ao seu dono, com a certeza de que seria condenada". O Prémio Nobel, para além de recusar a prática da censura, comentou à imprensa: "A verdade é que a situação que foi criada poderia definir-se como pitoresca, não fosse o facto de um político acumular tanto poder que faz temer a qualidade da democracia." E juntou: "Deve ser duro viver quando o poder político e o empresarial se reúnem. Não invejo a sorte dos italianos, mas no final depende da vontade dos eleitores manter este estado de coisas ou mudá-lo". Em declarações ao diário El País, precisou: "O que digo dele é mais ou menos o que todo o mundo pensa, à excepção dos seus votantes. Dizemos que a democracia é o melhor dos sistemas, e é certo. Mas a sua fragilidade é enorme. Quando aparece um senhor assim, que utiliza os piores métodos e consegue milhões de votos, o que acho estranho não é que se levantem vozes indignadas que protestem, mas que não se produza um movimento social de recusa pelo simples facto de que arruína o prestígio do seu país."

A 23 de Maio viaja para Lisboa.

A 31 de Maio participa, em Azinhaga (Ribatejo, Portugal), na celebração do primeiro aniversário da extensão local da Fundação que leva o seu nome. Por tal motivo, inaugura-se uma estátua de bronze sua, de um metro e oitenta de altura, obra do artista Armando Ferreira, que o retrata sentado num banco público com um livro na mão aberto numa página que diz: "A aldeia chama-se Azinhaga." A peça com a qual a aldeia natal do escritor o homenageia está instalada na praça da aldeia Largo da Praça , frente ao edifício da Fundação José Saramago. A escultura, impulsionada pelo presidente da Junta de Freguesia de Azinhaga, Vítor Guia, foi custeada por um grupo de leitores portugueses, cuja comissão foi coordenada por José Miguel Noras, membro do grupo "Mais Saramago".

A 3 de Junho, sob a designação Narrar, recordar, participa num encontro com o escritor Manuel Rivas organizado em La Coruña pela Fundação Casares, a propósito da sexta edição dos "Diálogos Literários de Mariñán".

A 15 de Junho, na Casa do Alentejo, a Fundação José Saramago promove uma jornada de estudo e de homenagem ao escritor português José Rodrigues Miguéis (1901-1980), intitulada "Vamos ouvir José Rodrigues Miguéis" e inserida no ciclo inaugurado um ano antes com Jorge de Sena. No acto, coordenado pelo Professor da Universidade de Brown (Boston) Onésimo Teotónio de Almeida, intervêm, além do próprio Saramago, os Professores David Brookshaw, Duarte Barcelos, José Albino Pereira e Teresa Martins Marques.

A 18 e 19 de Junho realiza a rota portuguesa percorrida por Salomão em A Viagem do Elefante. Acompanhado pelos colaboradores da Fundação José Saramago e por alguns jornalistas, vai em autocarro desde Belém (Lisboa) até à fronteira em Figueira de Castelo Rodrigo, seguindo um itinerário cujos objectivos fundamentais são: Constância, Castelo Novo, Belmonte, Sortelha, Cidadelhe e Castelo Rodrigo.

A 25 de Junho é apresentado em Lisboa O Caderno, livro em que se recolhem as entradas do autor publicadas, desde Setembro de 2008, no blog da Fundação que leva o seu nome. O acto, transmitido em directo por internet e realizado numa das salas do Tiara Park Atlantic Hotel, em Lisboa, consistiu numa conversa do autor com os jovens jornalistas Isabel Coutinho e José Mário Silva, responsáveis por alguns dos mais lidos blogs culturais em Portugal.

A 28 de Junho Saramago visita as obras da Fundação na Casa dos Bicos, acompanhado pelos arquitectos responsáveis pela remodelação, e declara-se satisfeito com o trabalho realizado.

A 9 de Julho, é nomeado Sócio Correspondente da Academia Brasileira de Letras.

De 15 a 18 de Outubro, realiza-se a segunda edição de "Escritaria", uma iniciativa que traz a criação literária para as ruas de Penafiel, mobilizando os seus habitantes e quem visita a cidade por esses dias. A Fundação José Saramago colaborou na organização deste encontro que promete continuar a fazer de Penafiel um local de discussão e de partilha em torno dos livros e dos seus autores. O tema da edição de 2009 foi dedicado a José Saramago que aí se deslocou, participando diariamente em diversos eventos em torno da sua obra, tendo sido objecto de destaque na sessão de encerramento o seu romance mais recente, Caim.

A 21 tem lugar uma conferência de imprensa com José Saramago a propósito de Caim, promovida pela sua editora, Caminho, na sede das instalações do Grupo Leya em Lisboa.

No dia 30, lançamento de Caim na Fundação Caixa Geral de Depósitos - Culturgest, em Lisboa, com a presença do autor.

Apresentação de Caim em conferência de imprensa, no dia 3 de Novembro, na Casa de América, em Madrid, com José Saramago, e editado pela sua editora espanhola, Alfaguara.

Nos dias 14 e 15, a curta-metragem A Maior Flor do Mundo, adaptada do conto infantil homónimo de José Saramago, dirigida por Juan Pablo Etcheverry (Continental Producciones), foi distinguida com o Prémio FNAC para a Melhor Curta-Metragem Espanhola por votação do público infantil (a mesma distinção foi atribuída a O Soldadinho de Chumbo, adaptação do conto infantil de H. C. Andersen dirigido por Virginia Curiá e Tomás Conde). Para além deste prémio, a banda sonora de A Maior Flor do Mundo, composta por Emilio Aragón, foi distinguida com o Prémio Amigos da Música de Badalona para a Melhor Música Original.

A 22, na sequência da proibição da entrada em Marrocos de Aminatu Haidar (defensora incondicional dos Direitos Humanos e destacada activista pela independência do Sahara Ocidental), José Saramago escreve-lhe uma carta de solidariedade, já no decorrer da greve de fome encetada por Aminatu e que duraria 32 dias.

A 1 de Dezembro, visita-a no aeroporto de Guacimeta em Lanzarote onde esta permanecia ainda em greve de fome.

2010

No dia 29 de Janeiro, na sequência do sismo que abalou o Haiti, dá-se início a uma campanha de solidariedade para com o povo haitiano dando vida às palavras de José Saramago, a propósito da tragédia, "Porque todos temos uma obrigação". Esta campanha traduziu-se no lançamento de uma edição especial do livro A Jangada de Pedra, cujas vendas reverteram integralmente a favor das vítimas do sismo, através Fundo de Emergência da Cruz Vermelha, e foi promovida pela Fundação José Saramago, Grupo Leya e Editorial Caminho.

No dia 5 de Fevereiro, lançamento de Biografia de José Saramago, da autoria de João Marques Lopes e publicada em co-edição pela Guerra e Paz e pelas Edições Pluma. Esta biografia não contou com a participação de José Saramago.

No dia 17, lançamento de O Caderno 2 com prefácio de Umberto Eco, uma compilação dos textos diários que José Saramago publicou no seu blog O Caderno de Saramago, desde Setembro de 2008 até Novembro de 2009.

A 3 de Março, exibição do filme Embargo, de António Ferreira, adaptado do conto homónimo de José Saramago, incluído na obra Objecto Quase. O filme fez parte da selecção oficial do Festival Fanstaporto 2010.

Nos dias 14 e 15 de Abril, Juan Gelman (poeta e jornalista argentino, Prémio Cervantes 2007) visita Lisboa. Do programa constou uma conferência de imprensa no Instituto Cervantes, uma Aula Aberta na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa, e uma sessão na Casa do Alentejo com leitura de poemas por Juan Gelman e Nuno Júdice, acompanhada de trechos musicais de Astor Piazzola, interpretados por Gonçalo Pescada. José Saramago interveio na sessão por video-conferência desde Lanzarote. O poeta e jornalista fez-se acompanhar pelo seu editor Alejandro Schnetzer, da editora Libros del Zorro Rojo que, a par da Fundação José Saramago, Embaixada da Argentina, Instituto Cervantes e Casa da América Latina, também promoveu esta visita.

No dia 3 de Maio, na Sala José Saramago em Arrecife, no âmbito do ciclo "El Autor y Su Obra - Encuentros com creadores", realizou-se um colóquio com Ángeles Mastretta (jornalistas e escritora mexicana) e Pilar del Río. O evento foi organizado pela Fundação César Manrique e pela Fundação José Saramago.

Com base na investigação realizada por Fernando Gómez Aguilera para José Saramago: A Consistência dos Sonhos - Cronobiografia (Editorial Caminho, Lisboa, 2008)

Thursday, June 17, 2010

Obra de MIGUEL FRANCO




A obra do dramaturgo português
MIGUEL FRANCO,
vai ser estudada na Universidade de São Paulo, Brasil.


Muito nos congratulamos com este projecto da autoria de

Flavio Felicio Botton
Mestre em Literatura Portuguesa pela
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
da Universidade de São Paulo-Brasil


http://miguel-lino.blogspot.com/


_____________________



From: Flavio B.
Date: 2010/6/16
Subject: Boas Novas
To: Maria João Franco


Olá Maria,

Boas notícias:

O nosso projeto foi formalmente aceito pela Universidade de São Paulo.
A partir do próximo semestre, Miguel Franco será um dos temas de duas
disciplinas a serem ministradas no programa de pós-graduação em
Literatura Portuguesa da universidade.

Acabam de chegar, diretamente na Loja do Cão Preto, um livreiro em
Benavente, dois exemplares da obra de Miguel Franco, um deles
autografado. Envio a foto para que veja.

Ainda outra coisa, entrei ainda em contato com a autora de um trabalho
sobre Franco em Portugal e ela prometeu enviar-me a dissertação em
breve. Acredito que conhece-a, Graça Teixeira.

Abraço,

Flavio.

Wednesday, June 16, 2010

Conferência no Museu de Évora


Genoveva Oliveira
genovevaoliveira@gmail.com

Formação

 Doutoranda em História de Arte/Museologia, Universidade de Évora, tendo como Orientador o Prof. Doutor João Brigola e o Prof. Doutor Paulo Rodrigues (Desde 2007 – data prevista de entrega da Tese no Verão de 2010).
 Mestrado em História Regional e Local, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tese com o título “Rota de Arquitectura Korrodi – Contributo para o conhecimento da vida e obra do arquitecto (1870-1944)”, tendo como orientadores o Prof. Doutor Vítor Serrão e o Dr. António Nabais.
 Frequência da Pós-Graduação em Estudos Europeus, Faculdade de Direito, Universidade de Coimbra.
 Curso de Especialização em “Administração Escolar” (Instituto Superior de Educação e Trabalho).
 Licenciatura em História e Ciências Sociais (Via de Ensino).
 Curso de Técnicos em Modernos Sistemas de Gestão de Recursos Humanos, Formação especializada. O.A.C.G. Consultores de Gestão, Lda.
 Curso de Formação de Assistentes de Turismo.

Actividades Profissionais

 Investigação em História de Arte/Museologia/Educação pela Arte.
 Colaboradora do Centro de Formação da Batalha, tendo criado o grupo de trabalho de Educação Artística (Dinamiza as acções de Formação Expressão e Expressionismo, Roteiros Histórico Culturais e Educação pela Arte e Criatividade/Museologia).
 Autora e Coordenadora da Rota de Arquitectura Korrodi.
 Professora do 3º Ciclo e do Ensino Secundário leccionando as disciplinas de História da Cultura e das Artes, História e Oficina de Teatro.
 Colaboração em diversos Jornais e Revistas com as temáticas de Ensino/Arte, História de Arte e Viagens.
 Conferencista em Congressos Nacionais e Internacionais (Em Portugal e em diferentes países).
 Formadora de Formação Profissional na Empresa Plaforma.
 Assistente de Turismo/Guia Turística.
 Experiência em Jornalismo e Publicidade e Organização de eventos culturais.

Investigação desenvolvida no âmbito do Doutoramento:

 A dissertação de doutoramento visa estudar os serviços educativos dos museus portugueses, estabelecendo um paralelismo com os museus estrangeiros, analisando questões primordiais como os diferentes públicos, o marketing, os diversos discursos museológicos, a efeminização do trabalho e a política e gestão educativa/cultural do museu.
 Trabalho conjunto com os Museus de Arte Moderna e Contemporânea: Tate Modern (Londres), White Chapel Gallery (Londres), PhotoGallery (Londres), Thyssen (Madrid), Museu Rainha Sofia (Madrid), MOMA (Nova York), Guggenheim (Nova York);
 Contacto com os Museus de Arte Moderna e Contemporânea em Estocolmo, Louisiana (Dinamarca), Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Barcelona.
 Trabalho conjunto com os museus portugueses de arte moderna e contemporânea: Centro de Arte Moderna da Gulbenkian (Dra. Susana Silva), Fundação Serralves (Dra. Sofia Vitorino) e Museu Colecção Berardo (Dra. Cristina Gameiro).
 Investigação na Universidade de Leicester e Universidade de Barcelona.
 Colaboração do Prof. Doutor Steve Herne, Goldsmith College, da Universidade de Londres.
 Colaboração do Prof. Doutor Fernando Hernández y Hernández e a Prof. Doutor Carla Padró, Faculdade de Belas Artes, Universidade de Barcelona e Maria Acaso (Universidade Complutense).
 Contacto com os Professores Doutores Alice Semedo (Faculdade de Letras, Porto) e Leonardo Charréu (Universidade de Évora).

Investigação desenvolvida no âmbito do Mestrado

A tese “Rota de Arquitectura Korrodi – Contributo para o conhecimento da vida e obra do arquitecto (1870-1944)” incidiu sobre a vida e a obra do arquitecto, particularmente sobre o impacto criado na cidade de Leiria. Para além do contributo de novas informações sobre a vida de Korrodi, foi também realizado um plano para a criação de um núcleo museológico que pretendia homenagear o arquitecto e a partir do qual se realizariam os percursos pedestres pela cidade de Leiria, concelhias e interconcelhias. A tese, veio ainda na fase de investigação, a resultar num plano prático de percursos pedestres guiados e outras actividades culturais, que têm vindo a ser realizadas desde 2005. Sobre a criação do núcleo museológico, vários contactos foram celebrados nesse sentido, com as instituições de Leiria.

Tuesday, June 15, 2010

16º aniversário do MAC - Movimento Arte Contemporânea

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Fazer a história da História


Memoria de los moriscos
Sábado, 12 de Junio de 2010 10:50 hoyesarte.com

El próximo jueves abrirá sus puertas en la Biblioteca Nacional de España (Madrid) la exposición Memoria de los moriscos. Escritos y relatos de una diáspora cultural que muestra los testimonios escritos y gráficos que los últimos musulmanes españoles dejaron escondidos en sus casas tras abandonar España o que fueron secuestrados por la Inquisición.
La exposición –que se enmarca dentro del amplio programa de actividades organizado por la Sociedad Estatal de Conmemoraciones Culturales (SECC) para recordar uno de los acontecimientos más tristes de nuestra historia: el IV Centenario de la expulsión de los moriscos ordenada por Felipe III– reunirá, por primera vez, los manuscritos más importantes en escritura aljamiada, exhibe la belleza de las ilustraciones que los adornan y ofrece los principales testimonios de esta tradición escondida: desde comentarios del Corán hasta leyes musulmanas de la vida cotidiana pasando por recetas para curar el dolor de cabeza, conjuros para enamorar, fábulas de princesas con manos cortadas o la expulsión del paraíso del Discurso de la Luz del poeta Mohamed Rabadán.
Triste origen
La mayoría de estos libros moriscos aparecieron al derribar casas antiguas o en cuevas del Valle del Jalón, en Aragón, envueltos en paños de lino y con piedras de sal para preservarlos de la humedad, y ocultos por los moriscos cuando se vieron forzados a marcharse de allí en 1610.
Parecían escritos en árabe, pero no era árabe, y cuando los primeros arabistas se enfrentaron con ellos pensaron que estaban escritos en turco o en alguna lengua africana. Sólo mucho más tarde descubrieron que, en realidad, estaban en lengua castellana, pero escritos con las letras árabes que transcriben el sonido de las palabras españolas. Es lo que se llama “escritura aljamiada”, del árabe “aljamí”, “extranjero”. El español se suma así a las otras lenguas que se han escrito en letras árabes y en letras latinas en diferentes momentos de su historia, como es el caso del turco.

Uno de los mayores procesos de emigración forzosa de la Edad Moderna

La expulsión de los cerca de trescientos mil moriscos españoles de las coronas de Castilla y Aragón, ordenada en virtud del decreto emitido por Felipe III el 4 de abril de 1609, supone la culminación del proceso de eliminación de las minorías religiosas que se inicia en nuestro país con la expulsión de los judíos de 1492 y que pone fin a una convivencia más o menos pacífica que se venía produciendo desde la Edad Media.
Esta expulsión constituye uno de los mayores procesos de emigración forzosa de la Edad Moderna, y tuvo una profunda trascendencia demográfica, económica, social y cultural, especialmente para la Corona de Aragón, donde la presencia morisca siempre tuvo mayor arraigo. Pero, sobre todo, la exposición nos acerca a la historia de unos españoles de los siglos XVI y XVII que fueron forzados a abandonar su tierra por pensar y sentir diferente.
Son muchas y complejas las circunstancias que rodearon aquella expulsión, como también fueron intensas y cambiantes las relaciones entre las dos comunidade.
_pf. pedir tradução on line

Tuesday, June 8, 2010

educar , ensinar a aprender...



"Participamos nestes encontros sempre à espera de um "novo olhar" sobre o que se faz hoje na investigação e na prática sobre museus e arte, procurando uma análise crítica, uma reflexão que nos faça repensar a nossa própria actuação como profissionais e como seres humanos."


Resumo - ideias chave
“Museology – Museum Studies in the XXIst century: issues of studies and teaching”
Saint-Petersburg, Maio 19 – 21, 2010
Genoveva Oliveira (Centro de Investigação História da Ciência, Universidade de Évora)
e do Congresso


Lynn Maranda (1ª Vice Presidente do ICOFOM e Curadora do Museu de Vancover, Canadá) e A. Davis (Museu de Artes Nickle e Universidade de Calgary, Canadá) trouxeram-nos questões relevantes como a relação escola-museu e a importância que o professor/educador tem na formação do aluno para um “novo olhar” sobre o museu; cabe ao professor educar o aluno para a visita ao museu e para ser, quiçá, um futuro museólogo. Sublinhando que nem sempre os estudos sobre os museus retratam fielmente a prática dos museus, referem que é necessário definir, nomear para compreender, como um momento fundamental nesse ensinamento. Ensinar competências concernente aos museus, acervo e actividades, mostrar o que se ensina nos museus, demonstrar, questionando através da experiência, pois apresentar não é o suficiente, é preciso tornar os alunos responsáveis, através da criação, da experimentação. Afinal, a grande questão é: o que serão os museus daqui a dez anos? Essa evolução pode passar, sem dúvida, pelo papel activo dos professores.

Gabriel Gurt e Rueda Torres, do Instituto do Património Cultural da Catalunha, expuseram-nos a questão da evolução histórica dos museus locais da Catalunha, tradição que começa na segunda metade do século XIX e contínua no século XX. Essa evolução coincide com os diversos movimentos políticos e movimentos teóricos reportando-se a questões geográficas, humanistas e antropológicas, sob a influência francesa entre 1934-1939. Os museus locais sofreram um profundo declínio com o regime de Franco (1939-1975) e foram
2 posteriormente revitalizados, no período democrático, com a emergência da educação e um novo modelo territorial relativo aos museus.

Roigé X, da Universidade de Barcelona, falou-nos da proliferação dos “museus memória” que exigem reflexão e uma profunda análise. É preciso não esquecer, mas afinal a memória histórica tem um impacto muito grande junto dos blocos mais tradicionais. Mas, ergue-se a grande questão: que memória mostrar? Que narrativa escolher? A colecção não é a prioridade. A memória é uma construção social (relativamente próxima dos discursos políticos, interesses sociais) e muitas vezes sujeita a políticas de esquecimento para consolidar valores democráticos.

Anna Leshchenko da Universidade Russa State para as Humanidades, de Moscovo referiu que apesar das inúmeras universidades no mundo ocidental já estarem dotadas de disciplinas dedicadas às diferentes áreas da museologia, falta, porém uma maior número de publicações e divulgação online da investigação do que se produz. Anna refere que, curiosamente, as universidades, e não os museus, estão a tornar-se o verdadeiro fórum, onde os profissionais interagem e trabalham. Esse distanciamento dos museus não seria tão negativo se, como resultado, para seu próprio bem, as análises mais críticas fossem produzidas, ao invés da abundante literatura elogiosa na forma de publicações típicas pelos responsáveis dos museus na qualidade de auto-glorificação, que contribuem muito pouco para o avanço da Museologia. Rutar V. da Universidade de Masaryk na Republica Checa falou-nos da sua investigação relativo à definição de uma terminologia específica em Museologia.

Nekuza, P. do Museu Técnico, de Brno, da República Checa, falou-nos que os Museus desempenharam um papel significativo na história da cultura checa. Houve algumas sugestões de objectivos das actividades dos museus sugeridas por Kliment Čermák. Após a criação da Checoslováquia em 1918, a recém-criada Associação de Museus da Checoslováquia tentou levar o legado de Kliment Čermák. Factor decisivo neste sentido foi a determinação do então director do Museu da Morávia, Jaroslav Helfert, que reforçou a fundação de um leitorado de museologia na recém-fundada Universidade de Masaryk em Brno. Graças à influência de Jan Jelinek, director do Museu da Morávia, criou-se um 3 departamento externo de Museologia na Universidade de Brno. Em 1965, ocorreu o primeiro simpósio de Museologia e Zbyněk Stránský explicou a sua nova ideia dos currículos de museologia teórica. Na década de 1980, Zbyněk Stránský foi muito activo na fundação da Escola Internacional de Verão de Museologia (ISSOM). Em 1990 Zbyněk Stránský foi nomeado chefe do departamento de Museologia; renunciou em 1995 por causa da sua idade avançada.

Georgaki P., da Aristotle University of Thessaloniki, da Grécia, proferindo uma apresentação sobre o período transitório que os museus gregos estão a passar, problematizou a grande questão das actividades no museu e os seus diferentes públicos. Os museus não podem viver em função do público escolar, devem diversificar os seus públicos e dar importância ao público adulto; por outro lado, as actividades para os adultos não podem ser apresentadas às crianças da mesma forma porque cada público exige um diferente olhar e uma análise sobre a colecção.

J. Pedro Lorente, Professor da Universidade de Saragoça, apresentou-nos uma comunicação que nos levou a uma “viagem” em relação aos vários momentos da evolução da museologia, desde a criação das Associações de Museus em diversos países, ao aparecimento do ICOM em 1947, à importância de certas universidades neste processo como Brno, Leicester, Reinwardt, Lusófona, entre outras, a países que através de certos movimentos e actuações ligadas a escolas ou a museus contribuíram para essa mesma evolução (Argentina, Brasil, França, Espanha, Canadá) não deixando de referir importantes publicações, muitas vezes associadas a universidades.

Baisakhi Mitra, da Universidade Rabindra Bharati, em Calcutá referiu-nos a importância da divulgação da mensagem deixada por Gandhi, uma educação por uma cultura de paz. Difundidos por todo o país, os museus que homenageiam o grande líder, mais do que dar importância a um acervo quase inexistente, pois o próprio Gandhi defendia o total despojamento em relação ao materialismo, a ideia é continuar a mensagem da tolerância e do respeito pelo ser humano.

Branko Šuštar do Museu Escolar, na Ljubljana, Eslovénia falou-nos nos museus escolares dispersos um pouco por toda a Europa, num total de 683, referindo países como Espanha, Portugal, Itália, Bulgária, Grécia, Rússia, Ucrânia, Dinamarca.
De Portugal (Centro de Investigação História da Ciência, Universidade de Évora) exploramos o tema sobre como é que nós devemos ensinar nos museus e nas escolas? Porque é que os serviços educativos dos museus continuam a ser um departamento menos valorizado nas estruturas dos museus? Como é que o museu pode ser mais relevante e significativo para as experiências vividas dos diferentes públicos? Como é que novas vozes podem ser favorecidas num território restrito teórico muitas vezes dominado por homens brancos, da classe média para promover a inclusão social? Todas estas questões são fundamentais para perceber a educação nos museus (e no ensino formal) como uma prática de produção do discurso. Como é que o discurso de um professor pode mudar uma turma e envolver uma escola? É possível através de uma prática de motivação pelas artes, ou outra área temática, desconstruindo discursos, problematizando um curriculum aborrecido. Num educação pós-modernista é urgente uma nova fora de actuar mais reflexiva que seja comunicativa de um discurso anti-sexista, multicultural, sem valorizar classes sociais.
A Universidade State de S. Petersburgo (a mais importante universidade da cidade) demonstrou sérias dificuldades na organização deste congresso que levou à posteriori, a diversas manifestações dos participantes junto da direcção do ICOM e do ICOFOM. Com falta de recursos humanos e financeiros, provou estar muito aquém do que se exige num congresso internacional. Apesar de só terem estado cento e cinquenta pessoas, estas eram de países tão diversos como a Índia, Bulgária, Ucrânia, Moldávia Grécia, República Checa, Espanha, Eslovénia, Canadá, Portugal, entre outros.
Genoveva Oliveira

Friday, June 4, 2010

HILÁRIO TEIXEIRA LOPES_66 anos de carreira

foto de Maria João Franco




texto do catálogo

DA COLORATURA MULTI-DIRECCIONALMENTE EXPANSIVA

Hilário Teixeira Lopes é um pintor inquieto, passando por períodos estéticos diversos, desde a abstracção à figuração, do expressionismo à nova-figuração, tendo sempre presente um forte sentido geométrico nas suas composições.
Quando em 1965, ganha o Prémio Amadeo de Souza-Cardoso – o mais importante prémio de pintura instituído em Portugal na altura – a sua obra começou a evoluir num sentido cromático pleno de intensidade expressiva, em que os volumes são rigidamente definidos em cores planas e o movimento é dado por múltiplas dicotomias, entre planos e espaços.
Esta evolução culmina em 1969, quando o quadro “Rugby”, conquista o Primeiro Prémio de Pintura na II Bienal Internacional de Desporto em Belas Artes (Madrid). Nessa ocasião, toda a crítica madrilena foi unânime em reconhecer a justiça do prémio e em verificar que o pintor português era incontestavelmente um dos casos mais promissores da pintura contemporânea.
O galardão conquistado confere novos estímulos ao pintor que rapidamente começa a trabalhar na procura de uma solução pictórica, coerente com a sua produção anterior, mas que agora se apresentava plena de qualidades matéricas, onde a exaltação da cor é dada por matizes diversos: da sua paleta explodem as cores quentes do sol e da terra, do sangue dos homens e do azul sideral dos astros.
Na pintura de Hilário Teixeira Lopes, as cores assumem-se como instrumentos, teclados e finas cordas distendidas, construindo na tela uma composição ritmada, impulsiva e vibrátil.
Numa dança de cor, mancha e forma, somos envolvidos numa orquestração cromática, onde a noção de tempo musical é indissociável da linguagem plástica do pintor, assumindo-se como modo de apropriação espacial, criando ritmos e andamentos cromáticos.
Esta noção de tempo e ritmo musical surge logo no processo de trabalho, no gestualismo rápido da aplicação da cor, na pincelada larga e expansiva que o pintor transmite à tela, na metamorfose lumínica com que Hilário anima e ilumina o espaço estanque, tradicionalmente assumido pelo suporte da tela, em repentinas erupções de cores agudas e gestos de impulso.
O nosso olhar segue o cerne ondulatório desse movimento e desta dinâmica vive o pulsar de um estado de paixão.
Depositário de um tesouro de instantes e de formas, Hilário Teixeira Lopes revela-se em espaços e tempos diversificados, mostrando-se capaz de preservar a memória de acontecimentos múltiplos, que não têm outra existência para além dos vestígios que deles subsistem.
Possessiva, intuitiva e apaixonada, a pintura de Hilário Teixeira Lopes reconduz-nos musicalmente ao ritmo da criação e ao gesto, no mais límpido exercício da comunicação humana.
O MAC – Movimento Arte Contemporânea congratula-se, pois, por comissariar esta mostra de carácter retrospectivo, unindo-se à iniciativa da Liga dos Combatentes, num projecto de acção e divulgação cultural que em muito prestigia as Artes Plásticas portuguesas.

Álvaro Lobato de Faria
Director Coordenador do MAC
Movimento Arte Contemporânea


Inaugura dia 8 de junho de 2010
pelas 18h30m no Forte do Bom Sucesso,

numa parceria MAC - Movimento Arte Contemporânea / Liga dos Combatentes
a exposição



"da coloratura multidireccionalmente expansiva"


de HILÁRIO TEIXEIRA LOPES


integrada na homenagem prestada a este pintor pelos seus 66 anos de carreira.


A mostra tem como comissário Álvaro Lobato de Faria.
e vai estar patente ao público até 8 de setembro de 2010



mais informação em http://www.movimentoartecontemporanea.com/
horário:

De 2ª a 6ª Feira das 10 horas ás 18 horas –
Sábados e Domingos das 10 horas ás 19 horas.