quem somos

QUEM SOMOS







O Casa Amarela 5B -Jornal Online surge da vontade de vários artistas, de, num esforço conjunto, trabalharem no sentido de criar uma relação forte com o público e levando a sua actividade ao seu conhecimento através do seu jornal online.

Este grupo de artistas achou por bem dedicar o seu trabalho pintorNelsonDias, https://www.facebook.com/pages/Nelson-Dias/79280420846?ref=hl cuja obra terá sido muito pouco divulgada em Portugal, apesar de reconhecido mérito na banda desenhada, a nível nacional e internacional e de várias vezes premiado em bienais de desenho e pintura.


Direcção e coordenação: Maria João Franco.
https://www.facebook.com/mariajoaofranco.obra
contactos:
franco.mariajoao@gmail.com
+351 919276762


Thursday, January 27, 2011

LAMA


1ª aniversário da AAAGP

Almoço de Aniversário e o Lançamento da Revista nº1 da AAAGP.
AAAGP Associação da Amizade e das Artes Galego Portuguesa
contactos_:
Conceição Ruivo 00 351 965 523 499 233 941 115
asociacion.aaagp.pt@gmail.com
http://aaagp-portugal.blogspot.com
Galiza: www.aaagp.blogspot.com


Wednesday, January 26, 2011

O NARIZ teatro de grupo



O Nariz - Teatro de Grupo

Recreio dos Artistas 2011
Travessa Florbela Espanca

Zona Industrial dos PousosLeiria
·
http://maps.google.pt/maps?f=d&source=s_d&saddr=Leiria&daddr=Pousos%2C+Leiria+to%3ATravessa+Florbela+Espanca%2C+Leiria&geocode=FVRzXgIdrpx5_yk_gFRWj3IiDTEANpDkvesABA%3BFSNoXgId0hB6_yll2M6tkXMiDTGNcOur5qqAjw%3BFfg9XgIdW0V...6_ymbccaNCXQiDTEncSAyXkAgsQ&hl=pt-pt&mra=ls&sll=39.733528%2C-8.772411&sspn=0.029505%2C0.054846&ie=UTF8&ll=39.739006%2C-8.786316&spn=0.007194%2C0.051756&z=14

Sábado - 29 Janeiro 23h - Música
"Fried Chicken & Gasoline"

friedchickenandgasoline@gmail.comwww.myspace.com/friedchickengasoline

Imaginem uma tarde de quarenta graus à sombra, algures no Novo México. No meio da paisagem, uma bomba de gasolina e um bar de beira de estrada, onde os locais ficam a ver passar os forasteiros. O ranger preguiçoso de uma cadeira de baloiço ecoa pelo deserto, enquanto o vento transporta os arbustos secos pela beira da estrada. Estão a ver o filme? Então, fiquem a saber que os Fried Chicken & Gasoline têm a banda sonora ideal! Entre a diversão crua do rockabilly, o po­der indesmentível do metal e uma certa melancolia do southern blues rock, os Fried Chicken & Gasoline evocam uma mistura de Velvet Revolver e Tesla com Great White e ZZ Top. Diversão e riffs que não saem da cabeça são a proposta desta banda de Leiria, que não vai deixar ninguém indiferente. BiografiaOs Fried Chicken & Gasoline não se podem dar a conhecer sem falar do mítico "barracão", a sala de ensaios onde tudo acontece: as ideias, as decisões, os sonhos, as loucuras entre amigos.Há 15 anos, na aldeia de Moinhos da Barosa, em Leiria, dois irmãos, Filipe (guitarrista) e Marco (baterista), adoptaram um espaço no quintal de sua casa onde faziam música quase em terra batida, entre palha e cebolas. Sem projectos sólidos, Filipe ansiava criar uma banda e procurou contactos. Surgiu Pedro Brandão (vocalista) e o irmão Marco, que saiu de uma banda para enveredar num projecto de raiz. Nuno Reis (guitarra) e Énio Bergamaschi (baixo) surgiram logo depois. E eis a formação inicial dos Fried Chicken & Gasoline.No barracão, já sem terra batida, começavam os ensaios na procura e descoberta de sons. Alguns meses depois, em Agosto de 2006, Énio decide regressar à sua terra, Brasil, e deixou o lugar que é preenchido por Peter Slaughter, baixista da banda Echoes of the Fallen Messiah e Panzerfrost. Seis meses depois, Nuno teve de abandonar o projecto e entra Bruno Alves, guitarrista de Echoes of the Fallen Messiah e Insight. Assim ficou e é com esta formação que os Fried Chicken & Gasoline se apresentam hoje em palco. PercursoEm 2007 gravam a primeira maqueta intitulada "Fuel Out", da qual fazem parte os temas "World of Stone", "Demons, Angels & the Great Sinner", "Learning from the Past", "You're a... Wanna Be" e "Burn in Hell, Babe".Já em 2008, entram em estúdio para gravar o álbum de estreia, intitulado "Coming From Nowere", com a produção de Marco Jung, produtor de bandas como Ianasonic, Dapunksportif e Audible Arquitecture. Um álbum com registo Rockabily e com uma projecção sonora do Blues Power Rock. Os temas "Impossible Without You", "Lies" e "Secrets" constituem os três singles de avanço do trabalho. Neste momento, trabalham na apresentação e na divulgação de "Coming From Nowere".Na história da banda, contam-se 1º lugar no Festival de bandas promovido pelo Instituto Português da Juventude (2004), em Leiria, um 3º lugar no concurso/festival BG (2006), em Golpilheira, e um 2º lugar no Rock na Praia (2008), em Esposende.A marcar as aventuras dos Fried Chicken & Gasoline, está a organização do "Barosa Rock Fest", um festival que juntou bandas vizinhas e amigas, e uma actuação em Dublin, no bar Eamonn Dorans, promovido pala Dublin Underground e a actuação no palco Oasis da concentração internacional de Faro.
www.facebook.com/onariz.teatro

Teresa Mendonça



Inaugura a 1 de Fev.2011

Fragmentos de lugares na paisagem

pintura de


em Lisboa (Av. Álvares Cabral, 58/60)
A exposição estará patente até 25 de Fevereiro de 2011.

Paula Cabral Art Gallery/Café dos Artistas


A Galeria Paula Cabral/Café dos Artistas
inaugura dia 3 de Fevereiro
3 Exposições individuais de Timor a Lisboa, passando por Londres,
com os trabalhos dos seguintes Artistas Plásticos:

“O SOM DOS CROCODILOS”
Pintura de JOÃO DE AZEVEDO

“VISTA PARCIAL DA VIA LÁCTEA E OUTROS FRAGMENTOS”
Cerâmica e Instalação de JOÃO DONATO

“LISBOA REVISITADA"
Fotografia de PEDRO SOARES

CORPOtraçoCORPO



Domingo, 30 de Janeiro · 18:00 - 20:00
Sala da Nora, Cine-Teatro Avenida, Castelo Branco
Criado por
«CORPOtraçoCORPO - a poesia e a pintura», Carlos Semedo, Alice Valente Alves


Mais informação
Esta Exposição de Pintura que inaugurou no dia 8 de Janeiro de 2011 na Sala da Nora em Castelo Branco, consta de 18 das 72 obras em díptico nas oito das 9 cores já realizadas e apresentadas até ao momento do projecto «CORPOtraçoCORPO – a poesia e a pintura» de Alice Valente.


E no encerramento, dia 30 de Janeiro de 2011 a partir das 18h00 estão todos convidados para o ENCONTRO sobre a poesia e a pintura do projecto CORPOtraçoCORPO que irá ocorrer com a presença da autora e aberto ao diálogo com todos os presentes.Evento relacionado no Facebook (Inauguração): http://on.fb.me/dKJoFd

Tuesday, January 25, 2011

TIJOLO PARADE

(Filme do Tijolo Parade exposto no dia da inauguração da exposição no Castelo de Leiria)
A autoria do filme é do aluno António Santos do 11ºB e a Música do Vítor do 12ºB.
Passará a estar disponivel no blog do projecto.

Genoveva Oliveira _ por email

Friday, January 21, 2011

Todos somos culpados!

e não podemos ignorar.


Thursday, January 20, 2011

O lírio quebrado


Teatro José Lúcio da Silva



O Lírio Quebrado
de D.W.Griffith

21 JAN’
21h30




Filme mudo com legendas em Inglês

PREÇO: 5 euros DURAÇÃO: 90 min. (s/ intervalo); PÚBLICO-ALVO: M/12;
https://www.teatrojlsilva.pt/#/programacao/?page=1&art=1280


A FADE IN – Associação de Acção Cultural, leva a cabo a produção de um ciclo de filmes-concerto itinerantes, incentivando músicos à criação de bandas sonoras originais para filmes mudos consagrados e/ou de culto. O primeiro desafio é o filme de D.W.Griffith “O Lírio Quebrado” de 1919, e o objectivo consiste na criação de uma obra única de cariz alternativo e individual, mas partilhável e comunicável, onde a imagem e o som se unem num só. Baseado no livro ‘Limehouse Nights’ de Thomas Burke
“O Lírio Quebrado”, conta uma simples história de amor que termina de

forma trágica e violenta, onde Griffith expõe a sua visão sobre um novo mundo, destituído de delicadezas ou meiguices, e repleto de agressividade e desumanidade. É um filme simples, desarmante, e dado a reflexões profundas.
Para a interpretação musical desta obra melodramática, a FADE IN – Associação de Acção Cultural, desafiou o projecto ARTANE, braço musical da reputada companhia multidisciplinar PERSONA sediada em Santa Maria da Feira.



FICHA TÉCNICA / ARTÍSTICA
Direcção Artística: Anestesista Lígia Lebreiro Sonoplastia: Enf. Jorge Portela Voz & Máquinas: Dr. Mão Máquinas: Dr. V.J.
Voz & Voz & Teclados: Dr. Lennon Violoncelo: Dra. Joana Silva

Malangatana_1936-2011

HOMENAGEM DE AFECTOS
A Malangatana Valente Ngwenya
[1936-2011]


Encerramento da sua última exposição Novos Sonhos a Preto e Branco
22 de Janeiro 2011 . 14h30-18h30


Entrada Livre
14h30
Encontro informal de amigos do artista

Visita à exposição Novos Sonhos a Preto e Branco e José Forjaz Arquitecto, Ideias e Projectos.
15h30

Intervenções informais / Apresentação de elementos pessoais da relação com o artista.
16h30/17h00

Actuação do Coral TAB (Barreiro). Cânticos em Ronga.
………………………………………………………………………………………………………………....

Novos Sonhos a Preto e Branco
A exposição Novos Sonhos a Preto e Branco pode ser visitada até 23 de Janeiro na Galeria do Pátio da Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea.
Esta que é a última exposição individual do artista moçambicano,
está patente desde 23 de Outubro de 2010,
apresenta uma série de 15 desenhos inéditos,
a par de seis pinturas sobre pedra mármore
que integram um conjunto mais vasto,
apenas mostrado duas vezes no país.


Embora com desenhos a preto e branco,
o seu inconfundível traço autoral reafirma a vitalidade artística
de um dos criadores
moçambicanos de maior reconhecimento internacional que,
a par da sua actividade de artista plástico,
é um cidadão com relevante intervenção nos planos cívico, cultural e social.




Esta mostra decorre paralelamente
à exposição José Forjaz Arquitecto – Ideias e Projectos que se
debruça sobre a obra do Arquitecto José Forjaz, amigo de longa data de Malangatana.
No âmbito destas duas exposições, que neste espaço se relacionam,
foram editados dois catálogos que
integram, respectivamente,
textos de Ana Isabel Ribeiro, João Paulo Borges Coelho, José Forjaz ,
Lucien le Grange, Raul Hestnes Ferreira e Salvatore Dierna;
e de Diana Andringa, Filomena André e Pancho Guedes.

...

CASA DA CERCA Centro de Arte Contemporânea
Câmara Municipal de Almada
Rua da Cerca, 2800-050 Almada
T. +351 21 272 49 50 F. +351 21 272 49 79
casadacerca@cma.m-almada.pt
www.m-almada.pt/casadacerca
HORÁRIO
EXPOSIÇÕES
terça a sexta - 10h às 18h. sábado e domingo – 13h às 18h.
JARDIM BOTÂNICO
terça a sexta10h às 17h30. sábado e domingo – 13h às 17h30
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INVESTIGAÇÃO MESTRE ROGÉRIO RIBEIRO
terça a sexta - 10h às 12h30 e das 14h às 17h00

Tuesday, January 18, 2011

Bens culturais a não perder

Actualmente existe, em Lisboa, uma livraria absolutamente única no nosso país: uma livraria integralmente dedicada à poesia. Sucede, contudo, que, apesar de fantástica, ela encontra-se com alguma dificuldade em sobreviver. O que não se compreende: tem à sua frente um jovem livreiro que, além de extremamente eficiente, como terão oportunidade de verificar, possui um total conhecimento do que está a vender: conhece os autores, as edições, tudo. A livraria de que vos falo chama-se Poesia Incompleta, fica na Rua Cecilio de Sousa nº 11 (Príncipe Real) e vai com certeza ser uma revelação para quem a visitar. Abrange todas as épocas e o que não tem, o Mário, o dito livreiro, arranja, normalmente - e com uma brevidade que, no mínimo, surpreende. Peço-vos - a vós que sois leitores, presumo - que façam uma visitinha a este sitio, que não pode de maneira nenhuma fechar e que, pela sua qualidade, vai-se tornar, mais tarde ou mais cedo, como aliás disse Vasco Graça Moura, num local de culto. Isto, claro, se não fechar, coisa que, passando a palavra e recomendando a amigos este tãosingular espaço, poderemos evitar.
por email/Júlia Coutinho

Sunday, January 9, 2011

Na morte de Malangatana.

MALANGATANA morreu!

Nas páginas da internet a aberração da ganância e da falta de pudor.

Retrato fidelíssimo do que se passa em todos os quotidianos de mortes e elegias fúnebres dos GRANDES, dos MESTRES.

Para este triste mundo que nos rodeia e que passa transparente por todas as vidas o jogo de sempre. O artista é moeda de troca de troca simbolo de estatuto ,não cultural, mas económico.

E tantas e tantas vezes o ARTISTA _e sempre assim foi , e procuremos "porquê"_ acaba os seus dias na mais hedionda miséria... e entra de seguida no reino dos "deuses" e dos poderosos.


Forte engrenagem esta que nos tranforma em coisas, em objectos!


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Thursday, January 6, 2011

Malangatana_Homenagem



"Tal como os países e as rotas marítimas, os artistas também têm descobridores. O de Malangatana foi o arquitecto Pancho Guedes.No final da década de 50, quando o jovem moçambicano era um mero empregado de mesa do Grémio Civil, em Maputo, o português disponibilizou-lhe um espaço na garagem para pintar à noite. E não ficou por aqui. Todos os meses lhe comprava dois quadros a preços inflaccionados. Pouco depois, o rapaz decidiu apresentar o trabalho ao público. Foi um sucesso."De um ano para o outro [o Malangatana] passou de simples empregado de bar e limpezas num clube de elite moçambicano para um pintor de grande reputação", recordou ontem Pancho Guedes, surpreendido pela morte do antigo protegido. "Fazia uma pintura que era só dele, não precisando que ninguém lha ensinasse ou interpretasse."Pastor, curandeiro e mainato Malangatana Valente Ngwenya nasceu a 6 de Junho de 1936 em Matalana, perto da então Lourenço Marques, hoje Maputo. Até adoecer, a mãe bordava cabaças e afiava os dentes das raparigas, como se usava na altura. O pai era mineiro na África do Sul. O miúdo acabou por ir viver com um tio paterno. Estudou até ao segundo ano na Escola da Missão Suíça na Matalana, que adorava. "Podíamos aprender várias técnicas criativas como olaria, cestaria e trabalhar a madeira para além de ler e escrever", contou em 1989 à revista "New Internationalist". Quando a instituição fechou, passou para a Escola da Missão Católica em Bulázi. Mas por pouco tempo. Aos 11 anos, concluído o terceiro ano e considerado já adulto, Malangatana começou a trabalhar. Foi pastor, aprendiz de curandeiro (ensinado pela tia), mainato (empregados que lavavam e engomavam a roupa) e tomou conta de crianças, até chegar de forma providencial ao clube de ténis."O apanha-bolas era um tal de Malangatana Ngwenya, que no fim de uma tarde de desporto se acercou de mim para me pedir se por acaso não teria em casa um par de sapatilhas velhas que lhe emprestasse", contou em 1989 o artista plástico e biólogo Augusto Cabral. Nessa noite, o rapaz foi a casa dele e viu-o pintar. Pediu-lhe que lhe ensinasse. Recebeu em resposta tintas, pincéis e placas de contraplacado: "[Pinta] o que está dentro da tua cabeça."Depois veio a garagem de Pancho Guedes, a exposição colectiva de 1959 e o sucesso - que espantou Augusto Cabral - até se tornar no embondeiro da arte moçambicana. Malangatana pintava o povo de Moçambique, a opressão colonial, a resistência e a guerra civil. Cenas quotidianas, imbuídas de dor e revolta. "Quando conheço pessoas, rio, canto, danço. Quando me dirijo à tela sou outro Malangatana", explicou à "New Internationalist". Chegou a ser preso pela PIDE, acusado de pertencer ao movimento de libertação FRELIMO. Muitos anos depois, de 1990 a 1994, seria deputado pelo partido.A rir até ao fim A morte de Malangatana apanhou muitos admiradores de surpresa. Em Outubro, na inauguração da exposição de desenhos e pinturas ainda patente na Casa da Cerca, em Almada, "contou histórias, riu, brincou com amigos", lembra a directora do espaço Ana Isabel Ribeiro. Era famosa a boa-disposição do Moçambicano, que muitas vezes cantava de improviso em palestras e reuniões de amigos.Malangatana foi internado no dia de Natal no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, onde a filha é médica. Morreu ontem às 3h30, vítima de cancro, com 74 anos. O corpo vai ser agora trasladado para Maputo, onde o aguardam cerimónias oficiais."
  • agradecemos a imagem a Augusto Mota

Malangatana: a biografia
O mestre da arte moçambicana nasceu no dia 6 de Junho de 1936 na vila moçambicana de Matalana, uma povoação do distrito de Marracuene. A sua infância foi passada a ajudar a mãe em casa, ao mesmo tempo que frequentava a Escola de Missão Suiça protestante, local onde aprendeu a ler e a escrever. Acabou a sua instrução primária na Escola da Missão Católica em 1948.
O nascer de um artista
Quando tinha 12 anos, Malangatana Valente Ngwenya mudou-se para a antiga Lourenço Marques (actual Maputo) à procura de trabalho. Entre as várias actividades de que se ocupou foi pastor de gado, aprendiz de nyamussoro (médico tradicional), criado de meninos e em 1953, Malangatana tornou-se apanhador de bolas e criado no clube da elite colonial de Lourenço Marques. Este trabalho permitiu ao artista voltar a estudar em regime nocturno, facto que o levou ao gosto pelas artes especialmente devido à influência de Garizo do Carmo, seu mestre. Um dos membros do clube de ténis, Augusto Cabral, ofereceu-lhe o material de pintura.
No ano de 1958, Malangatana ingressa no Núcleo de Arte, uma organização artística local, com o apoio do pintor Zé Júlio. Um ano mais tarde, o moçambicano integra pela primeira vez uma exposição colectiva na Casa da Metrópole em Lourenço Marques passando desta forma a artista profissional devido em grande parte ao incentivo do arquitecto Miranda Guedes (Pancho), já que o português disponibiliza a sua garagem para ateliê e compra-lhe dois quadros por mês para que o artista se consiga manter.

A militância política
Ê a frequência do Núcleo de Arte que vai inserir Malangatana no círcuito artistico moçambicano e é aqui que começa a mostrar o seu trabalho, que tem um forte cunho social. Em 1961, aos 25 anos, fez a sua primeira exposição individual, no Banco Nacional Ultramarino. Em 1963, publicou alguns dos seus poemas no jornal “Orfeu Negro” e foi incluído na “Antologia da Poesia Moderna Africana”.
É durante estes tempos que Malangatana é apontado como membro da FRELIMO e é preso pela PIDE na cadeia da Machava juntamente com José Craveirinha e Rui Nogar. Na prática, o seu envolvimento não foi confirmado e no dia 23 de Março de 1966, Malangatana foi absolvido.
Todavia, os quadros de Malangatana carregavam simbologia e embora não fossem explícitos, denunciavam conteúdo político. Tanto que a 4 de Janeiro de 1971, foi detido com o objectivo de esclarecer o simbolismo do quadro "25 de Setembro" que tinha exposto recentemente no Núcleo de Arte, pondo em risco a sua partida para Portugal, onde tinha obtido uma bolsa da Fundação Gulbenkian para estudar gravura e cerâmica.
Durante os tempos que passa em Portugal trabalha em gravura, na Sociedade Cooperativa dos Gravadores Portugueses e, em cerâmica, na Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego. No mesmo ano, expõe na Livraria Bucholz e na Sociedade Nacional de Belas Artes.Em 1973, vai para a Suíça a convite de amigos, onde tem contactos com diferentes galerias e artistas que lhe abrem novos horizontes.Com a independência de Moçambique, Malangatana envolve-se directamente na actividade política, participando em acções de mobilização e alfabetização, sendo enviado para Nampula com o objectivo de organizar as aldeias comunais.
Após a independência de Moçambique, Malangatana foi eleito deputado em 1990, pela FRELIMO, e em 1998 foi eleito para a Assembleia Municipal de Maputo e reeleito em 2003, participou em acções de alfabetização e na organização das aldeias comunais na Província de Nampula. Foi um dos fundadores do “Movimento Moçambicano para a Paz” e fez parte dos “Artistas do Mundo contra o Apartheid”, além de ter pertencido à Direcção da Liga de Escuteiros de Moçambique.
Um homem não só ligado à arte, mas à cultura
Tal como os seus mestres, Malangatana contribuiu para o desenvolvimento da cultura moçambicana, daí a participação na criação do Museu Nacional de Arte e a dinamização do Núcleo de Arte, da qual o próprio fez parte. O artista foi membro do Júri do Primeiro Prémio UNESCO para a Promoção das artes e com essa função desempenhou várias funções: membro permanente do Júri " Heritage", do Zimbabwe; membro do Júri da II Bienal de Havana; da Exposição Internacional de Arte Infantil de Moscovo; de vários eventos plásticos em Moçambique e Vice-Comissário Nacional par a área da Cultura de Moçambique para a Expo 98.
Sempre ligado à criança, colaborou com a UNICEF e durante alguns anos fez funcionar a escolinha dominical "Vamos Brincar", uma escolinha de bairro. Impulsionador, no passado, de um projecto cultural para a sua terra natal-Matalana, Marracuene, retoma-o, logo que a guerra termina, criando-se assim a Associação do Centro Cultural de Matalana, de cujo grupo fundador Malangatana faz parte, sendo actualmente presidente da Direcção.

Em 1996 e 2004, publica dois livros de poemas que reúnem a sua obra poética desde os anos sessenta. O último é ilustrado com vinte e quarto desenhos inéditos. A sua vida e obra tem sido objecto de vários filmes e documentários, estando representado em vários museus, por todo o mundo, bem como, em inúmeras colecções particulares.
De Maputo para o Mundo
Além de Moçambique, Malangatana tem a sua obra exposta na África do Sul, Angola, Brasil, Bulgária, Checoslováquia, Cuba, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Holanda, índia, Islândia, Nigéria, Noruega, Paquistão, Portugal, RDA, Rodésia, Suécia, URSS e Zimbabwe. Depois de ser ter tornado artista profissional em 1961, realizou inúmeras exposições individuais em Moçambique e ainda na Alemanha, Áustria, Bulgária, Chile, Cuba, Estados Unidos, Espanha, Índia, Macau, Portugal e Turquia.
O artista tem murais pintados ou gravados em cimento em vários pontos de Maputo e na cidade da Beira, na África do Sul, no Chile, na Colômbia, nos Estados Unidos da América, na Grã-Bretanha, na Suazilândia, e na Suécia. A sua obra, para além dos murais e das duas esculturas em ferro instaladas ao ar livre é composta por Pintura, Desenho, Aguarela, Gravura, Cerâmica, Tapeçaria, Escultura e encontra-se (exceptuando a vastíssima colecção do próprio artista) em vários museus e galerias públicas, bem como em colecções privadas, espalhadas por várias partes do Mundo.

Prémios
Malangatana, foi galardoado com a medalha Nachingwea, pela sua contribuição para a cultura moçambicana, e foi investido Grande Official da Ordem do Infante D. Henrique. Em 1997 foi nomeado pela UNESCO "Artista pela Paz" e recebeu o prémio Príncipe Claus. No ano passado, recebeu o titulo de "Doutor Honoris Causa", pela universidade de Évora e a condecoração, atribuída pelo governo francês, de "Comendador das Artes e Letras".Malangatana também foi um dos poucos estrangeiros a ser nomeado membro honorário da academia de artes da RDA.
A 6 de Junho de 2006, é homenageado em Matalana por ocasião do seu 70.º aniversário, sendo condecorado pelo Presidente da República de Moçambique com a Ordem Eduardo Mondlane do 1.º Grau, o mais alto galardão do país, em reconhecimento do trabalho desenvolvido não só nas artes plásticas mas também como o grande embaixador da cultura moçambicana. Nessa mesma data foi lançada a Fundação Malangatana Ngwenya, com sede em Matalana, sua terra natal. Em 2007, foi condecorado pelo governo francês com a distinção de Comendador das Artes e Letras.

http://noticias.sapo.mz/especial/malangatana/

Wednesday, January 5, 2011

Teresa Mendonça


"fragmentos de lugares na paisagem"


inaugura a 1 de fevereiro fevereiro no MAC


texto de catálogo


terra e gente num só dia, rasgados pelo vento leste.

Areias do deserto grande que transforma a noite em dia,

onde a vida e o sonho se escondem.


E vibram em lancinantes grafismos afirmando as estruturas totais que à tela se unem.

Teresa Mendonça sublima assim a sua forma plástica, no lugar onde era o “nada” e onde, pouco a pouco,se estratificam as emoções tornadas “acto” pela linguagem que a materilização do pensamento visual permite. A interioridade das telas é a sua dimensão essencial, onde o plano e os micro-cosmos se encontram, partindo de um caos antecipado, até se reformularem em fragmentos de lugares de uma paisagem incerta que se insere e nos confronta.


A Arte é sempre a penetração da nova realidade,
a retirada das cortinas do mundo visual e a reflexão do espaço misterioso. Não há Arte sem mistério.Mas Teresa Mendonça não está de forma alguma ocupada com um estudo da natureza e muito menos tenta dar uma impressão óptica de uma paisagem concreta.“Absorver-me no espaço natural” diz a artista, “ajuda-me a encontrar um espaço metafísico e alternativo”.Ao fazer isto, o olhar sensível da artista escolhe de entre a vasta multiplicidade de linha e cores existentes, unicamente aqueles motivos orientadores que a atraem pela sua novidade e lhe suscitam vagas e excitantes associações.A cor densa da têmpera, enquanto material que veicula a cor, parece emanar, algures de dentro, abrindo caminho através da superfície abstracta da tela branca e exigindo uma estética das relações cromáticas completamente diferentes, provocando na artista, audaciosas improvisações e fortes impulsos no seu trabalho de concentração, frente ao cavalete no seu atelier, fazendo-a elaborar obras autónomas de grande expressividade e forte intensidade criadora.O mundo da cor vai assim ganhando forma, coincidindo com ouniverso artístico de Teresa Mendonça. Nele as formas do micro e do macro-mundo flúem incessantemente em conjunto e coexistem com os elementos de diferentes dimensões, volumes e planos, nas mais diversas configurações.Uma tal composição capta inevitavelmente uma parte acidental do infinito.De um modo semelhante a uma membrana celular, os seus trabalhos permitem-lhe levar a cabo, uma espécie de troca energética com o mundo externo.Todas as obras deste seu ciclo, são variações do mesmo motivo paisagístico.O cenário de tal tarefa está ligado a uma tentativa de encontrar todas as soluções possíveis para pintar uma única ideia textual através do enriquecimento da gama de associações com ecos do passado e do presente.Nestes seus quadros o elemento de abstracção é claramente intensificado.Teresa Mendonça, alcança os mais variados e inesperados efeitos utilizando um arsenal de meios pictóricos.Por vezes a artista domina a massa de cores; outras vezes, é ela quem se submete à sua fúria tempestuosa.A multiplicidade dos modos como Teresa Mendonça concebe os seus quadros, oferece-nos o testemunho da luta da artista com a tela.Uma reincarnação mágica, parece ter lugar mesmo perante os olhos dos espectadores.É desta capacidade de sofrer fantásticas transformações, que a massa de cores está dotada, na sua subordinação à vontade duma criadora que se chama Teresa Mendonça e cujas obras são particularmente atraentes e inimitáveis.
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Margarida Neves Pereira
em O Açoreano Oriental

Tertúlia na Paula Cabral Art Gallery