quem somos

QUEM SOMOS







O Casa Amarela 5B -Jornal Online surge da vontade de vários artistas, de, num esforço conjunto, trabalharem no sentido de criar uma relação forte com o público e levando a sua actividade ao seu conhecimento através do seu jornal online.

Este grupo de artistas achou por bem dedicar o seu trabalho pintorNelsonDias, https://www.facebook.com/pages/Nelson-Dias/79280420846?ref=hl cuja obra terá sido muito pouco divulgada em Portugal, apesar de reconhecido mérito na banda desenhada, a nível nacional e internacional e de várias vezes premiado em bienais de desenho e pintura.


Direcção e coordenação: Maria João Franco.
https://www.facebook.com/mariajoaofranco.obra
contactos:
franco.mariajoao@gmail.com
+351 919276762


Tuesday, June 8, 2010

educar , ensinar a aprender...



"Participamos nestes encontros sempre à espera de um "novo olhar" sobre o que se faz hoje na investigação e na prática sobre museus e arte, procurando uma análise crítica, uma reflexão que nos faça repensar a nossa própria actuação como profissionais e como seres humanos."


Resumo - ideias chave
“Museology – Museum Studies in the XXIst century: issues of studies and teaching”
Saint-Petersburg, Maio 19 – 21, 2010
Genoveva Oliveira (Centro de Investigação História da Ciência, Universidade de Évora)
e do Congresso


Lynn Maranda (1ª Vice Presidente do ICOFOM e Curadora do Museu de Vancover, Canadá) e A. Davis (Museu de Artes Nickle e Universidade de Calgary, Canadá) trouxeram-nos questões relevantes como a relação escola-museu e a importância que o professor/educador tem na formação do aluno para um “novo olhar” sobre o museu; cabe ao professor educar o aluno para a visita ao museu e para ser, quiçá, um futuro museólogo. Sublinhando que nem sempre os estudos sobre os museus retratam fielmente a prática dos museus, referem que é necessário definir, nomear para compreender, como um momento fundamental nesse ensinamento. Ensinar competências concernente aos museus, acervo e actividades, mostrar o que se ensina nos museus, demonstrar, questionando através da experiência, pois apresentar não é o suficiente, é preciso tornar os alunos responsáveis, através da criação, da experimentação. Afinal, a grande questão é: o que serão os museus daqui a dez anos? Essa evolução pode passar, sem dúvida, pelo papel activo dos professores.

Gabriel Gurt e Rueda Torres, do Instituto do Património Cultural da Catalunha, expuseram-nos a questão da evolução histórica dos museus locais da Catalunha, tradição que começa na segunda metade do século XIX e contínua no século XX. Essa evolução coincide com os diversos movimentos políticos e movimentos teóricos reportando-se a questões geográficas, humanistas e antropológicas, sob a influência francesa entre 1934-1939. Os museus locais sofreram um profundo declínio com o regime de Franco (1939-1975) e foram
2 posteriormente revitalizados, no período democrático, com a emergência da educação e um novo modelo territorial relativo aos museus.

Roigé X, da Universidade de Barcelona, falou-nos da proliferação dos “museus memória” que exigem reflexão e uma profunda análise. É preciso não esquecer, mas afinal a memória histórica tem um impacto muito grande junto dos blocos mais tradicionais. Mas, ergue-se a grande questão: que memória mostrar? Que narrativa escolher? A colecção não é a prioridade. A memória é uma construção social (relativamente próxima dos discursos políticos, interesses sociais) e muitas vezes sujeita a políticas de esquecimento para consolidar valores democráticos.

Anna Leshchenko da Universidade Russa State para as Humanidades, de Moscovo referiu que apesar das inúmeras universidades no mundo ocidental já estarem dotadas de disciplinas dedicadas às diferentes áreas da museologia, falta, porém uma maior número de publicações e divulgação online da investigação do que se produz. Anna refere que, curiosamente, as universidades, e não os museus, estão a tornar-se o verdadeiro fórum, onde os profissionais interagem e trabalham. Esse distanciamento dos museus não seria tão negativo se, como resultado, para seu próprio bem, as análises mais críticas fossem produzidas, ao invés da abundante literatura elogiosa na forma de publicações típicas pelos responsáveis dos museus na qualidade de auto-glorificação, que contribuem muito pouco para o avanço da Museologia. Rutar V. da Universidade de Masaryk na Republica Checa falou-nos da sua investigação relativo à definição de uma terminologia específica em Museologia.

Nekuza, P. do Museu Técnico, de Brno, da República Checa, falou-nos que os Museus desempenharam um papel significativo na história da cultura checa. Houve algumas sugestões de objectivos das actividades dos museus sugeridas por Kliment Čermák. Após a criação da Checoslováquia em 1918, a recém-criada Associação de Museus da Checoslováquia tentou levar o legado de Kliment Čermák. Factor decisivo neste sentido foi a determinação do então director do Museu da Morávia, Jaroslav Helfert, que reforçou a fundação de um leitorado de museologia na recém-fundada Universidade de Masaryk em Brno. Graças à influência de Jan Jelinek, director do Museu da Morávia, criou-se um 3 departamento externo de Museologia na Universidade de Brno. Em 1965, ocorreu o primeiro simpósio de Museologia e Zbyněk Stránský explicou a sua nova ideia dos currículos de museologia teórica. Na década de 1980, Zbyněk Stránský foi muito activo na fundação da Escola Internacional de Verão de Museologia (ISSOM). Em 1990 Zbyněk Stránský foi nomeado chefe do departamento de Museologia; renunciou em 1995 por causa da sua idade avançada.

Georgaki P., da Aristotle University of Thessaloniki, da Grécia, proferindo uma apresentação sobre o período transitório que os museus gregos estão a passar, problematizou a grande questão das actividades no museu e os seus diferentes públicos. Os museus não podem viver em função do público escolar, devem diversificar os seus públicos e dar importância ao público adulto; por outro lado, as actividades para os adultos não podem ser apresentadas às crianças da mesma forma porque cada público exige um diferente olhar e uma análise sobre a colecção.

J. Pedro Lorente, Professor da Universidade de Saragoça, apresentou-nos uma comunicação que nos levou a uma “viagem” em relação aos vários momentos da evolução da museologia, desde a criação das Associações de Museus em diversos países, ao aparecimento do ICOM em 1947, à importância de certas universidades neste processo como Brno, Leicester, Reinwardt, Lusófona, entre outras, a países que através de certos movimentos e actuações ligadas a escolas ou a museus contribuíram para essa mesma evolução (Argentina, Brasil, França, Espanha, Canadá) não deixando de referir importantes publicações, muitas vezes associadas a universidades.

Baisakhi Mitra, da Universidade Rabindra Bharati, em Calcutá referiu-nos a importância da divulgação da mensagem deixada por Gandhi, uma educação por uma cultura de paz. Difundidos por todo o país, os museus que homenageiam o grande líder, mais do que dar importância a um acervo quase inexistente, pois o próprio Gandhi defendia o total despojamento em relação ao materialismo, a ideia é continuar a mensagem da tolerância e do respeito pelo ser humano.

Branko Šuštar do Museu Escolar, na Ljubljana, Eslovénia falou-nos nos museus escolares dispersos um pouco por toda a Europa, num total de 683, referindo países como Espanha, Portugal, Itália, Bulgária, Grécia, Rússia, Ucrânia, Dinamarca.
De Portugal (Centro de Investigação História da Ciência, Universidade de Évora) exploramos o tema sobre como é que nós devemos ensinar nos museus e nas escolas? Porque é que os serviços educativos dos museus continuam a ser um departamento menos valorizado nas estruturas dos museus? Como é que o museu pode ser mais relevante e significativo para as experiências vividas dos diferentes públicos? Como é que novas vozes podem ser favorecidas num território restrito teórico muitas vezes dominado por homens brancos, da classe média para promover a inclusão social? Todas estas questões são fundamentais para perceber a educação nos museus (e no ensino formal) como uma prática de produção do discurso. Como é que o discurso de um professor pode mudar uma turma e envolver uma escola? É possível através de uma prática de motivação pelas artes, ou outra área temática, desconstruindo discursos, problematizando um curriculum aborrecido. Num educação pós-modernista é urgente uma nova fora de actuar mais reflexiva que seja comunicativa de um discurso anti-sexista, multicultural, sem valorizar classes sociais.
A Universidade State de S. Petersburgo (a mais importante universidade da cidade) demonstrou sérias dificuldades na organização deste congresso que levou à posteriori, a diversas manifestações dos participantes junto da direcção do ICOM e do ICOFOM. Com falta de recursos humanos e financeiros, provou estar muito aquém do que se exige num congresso internacional. Apesar de só terem estado cento e cinquenta pessoas, estas eram de países tão diversos como a Índia, Bulgária, Ucrânia, Moldávia Grécia, República Checa, Espanha, Eslovénia, Canadá, Portugal, entre outros.
Genoveva Oliveira

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