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O Casa Amarela 5B -Jornal Online surge da vontade de vários artistas, de, num esforço conjunto, trabalharem no sentido de criar uma relação forte com o público e levando a sua actividade ao seu conhecimento através do seu jornal online.

Este grupo de artistas achou por bem dedicar o seu trabalho pintorNelsonDias, https://www.facebook.com/pages/Nelson-Dias/79280420846?ref=hl cuja obra terá sido muito pouco divulgada em Portugal, apesar de reconhecido mérito na banda desenhada, a nível nacional e internacional e de várias vezes premiado em bienais de desenho e pintura.


Direcção e coordenação: Maria João Franco.
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Saturday, October 5, 2013

NARRATIVAS DA SUPREMA AUSÊNCIA de ROCHA DE SOUSA - UM LIVRO QUE ABORDA UMA CRISE ACTUAL






 ROCHA DE SOUSA



UM LIVRO QUE ABORDA UMA CRISE ACTUAL


tudo na Síria continua a arder

NARRATIVAS DA SUPREMA AUSÊNCIA
nem representação nem narrativa

Este livro não tem género, nem mesmo o que se declara na primeira palavra do título. Esse objectivo, aparentemente esboçado nas palavras seguintes, de Albert Camus, em O Estrangeiro, também não é alcançado na sua  propriedade inteira para explicar a natureza dos 28 capítulos desta obra de Rocha de Sousa, entre o limite do apocalipse ou um mundo sem razão. O que talvez tenha acontecido, em plena incandescência, através do real dia a dia, através de memórias semelhantes mas desfocadas e por vezes tristes, poderá estar ligado a uma fase perturbadora do mundo, a inquietantes anunciações de diferentes tragédias em geminação, à impossibilidade de ver o que o olhar colecciona percorrendo as correntes informativas dos jornais quase todos.  Ou mesmo da edição fracturada e rápida dos noticiários, ao que  parece  durante dois meses, com pausas de um fim de vida a dois, Leo e Vicência, sobreviventes dos seus restos de consciência, a cultura esfumada em solidão. Seja como for, para mim, ler este livro foi uma viagem aterradora e fascinante, vendo também, quase em directo, os horrores das guerras que parecem situar-se em meados de 2012 e talvez nos alertem para outros anos que estão a chegar ainda neste século XXI. Correndo o risco de não cumprir um trabalho de apresentação a que me havia prestado, chamo a atenção para a quantidade de jornais, recortes, notícias, artigos, que o autor deste livro terá consultado ou citado, dia a dia, durante os tais vertiginosos dois meses, entre trocas e erros, nomes com várias grafias e fontes demográficas ou étnicas confrontadas por fora das cronologias dentro de 2012 ou muito fora dele, na antiguidade, porventura no presente e no futuro, sobre os conflitos  classificados como  desastres principais. Rocha de Sousa disse-me, em fim de catarse: lê como se viajasses numa coluna militar em plena Síria a arder, ou na Líbia, ou respirando a cantada imposta pelos talibãs sobre o Corão, as meninas cegas, tu protegido na retoma da marcha, com algum chefe de Estado, em voo retrospectivo, sobre os massacres do ano anterior e as imagens soltas de gente que sobrevive amando pela memória ou de facto e relendo ainda Camus. Depois, entregando-me um papel, o meu amigo preveniu-me: «talvez estas breves palavras, a publicar na contracapa do livro, contenham algumas, poucas, informações que agilizem o esboço dessa minha atormentada viagem, tudo numa edição errática e comprometida no sentido sobre o mundo destas horas.»

O papel dizia:

O mundo visto dia a dia e durante dois meses, em imagens e recortes de jornais ou episódios do real, entre sonhos de estranhos medos, véu de tudo sem nexo, como todos nós.


Rocha de Sousa é um autor que aborda a relação e os sentidos do Homem, 
de Deus e das coisas. E a contemporaneidade das suas palavras deverá perdurar
 até longe no futuro. 


As histórias representam aventuras no terreno da vida de onde ele próprio parte
 como principal aventureiro noterreno das ideias. Quando conhecemos uma personalidade com estas características, verificamos, sobretudo, que a imaginação é de facto um espectáculo tão fascinante e envolvente quanto o desfilar da própria acção. Porque imaginar é como explorar novas terras.

Poder-se-á dizer que a ficção se assemelha a um efeito de espelho, e talvez seja;
 talvez o leitor se limite a procurar nos livros o que já sabe, aquilo que lá vai encontrar de peculiarmente seu. Mas caso se trate desse efeito em ficção, o resultado é tão mais requintado e complexo quanto mais transformador do real conseguir ser. 
Devemos, assim, encarar a ficção como uma insofismável e suprema presença artística. 
Mas a arte de Rocha de Sousa também se afirma realmente em outras vertentes artísticas,
 elevando-se ao domínio do Cinema e do Teatro, da Pintura e do DesenhoBelas-Artes 
desde sempre na deriva da mobilidade visual.



Observando a sua escrita mais de perto, compreendemos que a sintaxe por si utilizada,

 não esquecendo as influências que nos cercam a todos na viagem da vida, possui uma anatomia 
própria, formada por um método muito particular — ora desenhandominuciosamente as letras e pintando as palavras com a paleta do mundo, ora construindo filmando cenários reais e impossíveis,desastres principais ou a inevitável condição humana à mercê doscastings 
que só a sua imaginação e pendor intuitivo conseguem processar.


NSA de sigla, ou Narrativas da Suprema Ausência é um livro feito noLIMITE DO APOCALIPSE, são PALAVRAS ÍMPIAS escritas noINVERNO DOS IMPÉRIOS ou o COMEÇO DE UM NAUFRÁGIO, são os DESASTRES PRINCIPAIS ou a DECADÊNCIA ANTECIPADA; é oHOMEM MUTILADO cá dentro, impotente, que nada faz senão contemplar O CREPÚSCULO DOS DEUSES e sonhar com A TERRA PROMETIDA. São ideias flexíveis como CANAS DE BAMBU, é aMORTE DAS PALAVRAS em nome da CULTURA IRRACIONAL ondeO GRITO DA IMOLAÇÃO entoa A BALADA DA MEMÓRIA CEGA.
 E as IMAGENS DA ESCRITA, a bordo de UM NAVIO SEM DONO NEM FANTASMAS, lembram as ESCOLAS DO SILÊNCIO onde ensinamOS NAUFRÁGIOS TODOS; aí , nesse espaço vazio de humanismo, escuta-se O RUÍDO QUE PRECEDE A MORTE
são AS PALAVRAS ARDENTES gritadas POR NÓS DENTRO DE NÓS
é O SER E O NADA OU AS PERDASA PERDA DAS MEMÓRIAS EXCESSIVAS
 A FALA E AS ESCRITAS DO DESERTO AO MARTÍRIO.
 É aqui, enfim, que tudo começa e tudo acaba,: hoje OS CONTINENTES MORREM DEVAGAR
uma MORTE EM SOLIDÃO em nome de UM MUNDO SEM RAZÃO.
Estes são os 28 capítulosde um livro que «não tem género», uma ideia criada «porque sim».
 Uma razão sem razão que se dilui «no horizonte da vida», 
metamorfose ocorrida «segundo novas formas de martírio, pelo fio do quotidiano, às vezes em plena solidão, os dedos endurecidos batendo o discurso de todos os testemunhos

São «factos dispersos, descontextualizados,
 relativos a diferentes aparências»,

 imagens que nos queimam «a alma, sonhos fugidios ou quedas desamparadas.
Há em nós gavetas para guardar memórias de tudo isso, prateleirasem miniatura
 onde se sobrepõem os diversos documentos que narram a vida de cada pessoa,
 em cada pessoa, retendo cadastroscomplexos, 
apontamentos em velhos cadernos diários, ou revendo certos casos de pétalas desidratadas ou descoloridas.
Saber a memória de um homem assim, sem o poder ver e acompanhar rasga o nosso psiquismo,
 faz-nos conviver com ansiedade, incompreensivelmente debruçados sobre uma gravura
 sem magia nem alma,
 e o que nos resta, talvez mais tarde, é percorrer a sua escrita 
para desvendar histórias de uma grandeza esquecida, 
riscos, aventurasnaufrágiosescaramuças,
 a ideia de honra e de coragem, a ideia de nação,
 letra a letra, palavras antigas de uma belacarpintaria de texto,
apesar dos nomes, das vozes dos comandantes,
 o passado de novelas que os livrinhos da primária nem assinalavam,
 embora nos carregassem as meninges com a água dos rios todos
 de Portugal continental e ultramarino.»





Miguel Baganha




LANÇAMENTO DO LIVRO
 «NARRATIVAS DA SUPREMA AUSÊNCIA»
DIA 19 DE   OUTUBRO DE 2013
 NA GALERIA PROVA DE ARTISTA, 
PELAS 16 HORAS



" O mundo visto dia a dia e durante dois meses,
 em imagens e recortes de jornais ou episódios do real,
 entre sonhos de estranhos medos, véu de tudo sem nexo,
 como todos nós."
(Anónimo)




Vídeo: Daniela Rocha
Voz off: Miguel Baganha 
Ano: 2013


NARRATIVAS DA SUPREMA AUSÊNCIA, de Rocha de Sousa,
 é um livro tão actual quanto oportuno — já que a Humanidade tende a minimizar 
e até esquecer
 todas as ignomínias
 e seus autores,
 figuras que alimentaram (e ainda alimentam) a praxis política/religiosa 
tão responsável pelos males que infectam o mundo e atrasam a marcha civilizacional.



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