quem somos
O Casa Amarela 5B -Jornal Online surge da vontade de vários artistas, de, num esforço conjunto, trabalharem no sentido de criar uma relação forte com o público e levando a sua actividade ao seu conhecimento através do seu jornal online.
Este grupo de artistas achou por bem dedicar o seu trabalho pintorNelsonDias, https://www.facebook.com/pages/Nelson-Dias/79280420846?ref=hl cuja obra terá sido muito pouco divulgada em Portugal, apesar de reconhecido mérito na banda desenhada, a nível nacional e internacional e de várias vezes premiado em bienais de desenho e pintura.
Direcção e coordenação: Maria João Franco.
Tuesday, January 29, 2008
Lançamento do livro WANYA-ESCALA EM ORONGO
Monday, January 7, 2008
Ainda bem que existimos_na sequência de WÂNYA-ESCALA EM ORONGO
Traumas de Infância – O Sr. Konec - Vasco Granja
O Sr. Vasco Granja, que apresentava o seu programa sempre com um certo ar esgazeado, mostrou-nos milhares e milhares de filmes de animação todos iguais de autores polacos, checos, russos búlgaros, com nomes ininteligíveis invariavelmente acabados em vsky, vitch ou lev. Estes filmes de animação ficaram popularmente conhecidos por “Konec’s”, pois era a única palavra que conseguiamos ler em todo o filme, para além de ser a mais aguardada pela audiência pois “Konec” quer dizer “Fim” em polaco. Ao fim de dois anos, as crianças portuguesas descobriram surpresas, que a arte da animação não estava confinada a leste do rio Elba, havia um país ocidental (O Canadá) que também tinha este tipo de arte. Ficamos a conhecer que um senhor chamado Norman Mac Laren que realizava filmes bastante melhores que os de Leste, o que tornou a Tortura Vasco Granja mais suportável. (Nunca percebi porque é o Vasco Granja pronunciava o nome de Mac Laren em francês).
Ao fim de alguns anos e, provavelmente após milhões de cartas de pais, preocupados com os danos físicos e morais que o Sr. Vasco Granja estava a provocar nas crianças de Portugal, este, a contra gosto, reabilitou algumas das figuras da Warner, UPA, Hanna-Barbera, etc.. As crianças Portuguesas exultaram de alegria, mas como diz o ditado, não há bela sem senão, esta alegria durou muito pouco, pois Vasco Granja tinha as piores das torturas preparadas na sua manga, torturas essas que ainda hoje me provocam calafrios. A primeira consistia na pronúncia dos nomes das personagens: descobrimos que Daffy Duck, popularmente conhecido até então pelo nome de “pato maluco”, se chamava “Páto Dáfi”, Bugs Bunny era o “Bugues Buní”, o cão Droopy era o “Drúpi”, Elmer Fudd era o "Élmer Fude", o Porky Pig era o "Pórqui Pigue", desta razia apenas escapou, por facilidade de tradução e fonética o Gato Silvestre. A segunda..... era a pior de todas. Vasco Granja contava toda a história do filme antes dele começar. Ainda hoje, me assolam aquelas palavras.... neste filme o Elmer Fude anda a caçar coelhinhos, só que encontra o Bugues Buní, o qual se chega perto dele e diz “ o que se passa doutor?”. A medida de contenção adoptada por mim e por milhões de crianças como eu foi fugir a sete pés da sala e refugiar no sitio mais longinquo da casa, gritando de tempos a tempos “Já começooooooou?”
Que inveja tenho eu das crianças de hoje em dia, com canais dedicados de desenhos animados, sem nenhum Sr. Konec a tratá-los como deficientes mentais.
Sunday, January 6, 2008
Para breve lançamento da nova edição de Wânya,Escala em Orongo
Vai ser em breve lançada numa edição de Gradiva
"Wânya,Escala em Orongo"
de Nelson Dias
sobre texto de Augusto Mota.
"Wânya – escala em Orongo" é a prova evidente de que pode existir uma banda desenhada portuguesa de qualidade." Vasco Granja
"Fiquei espantado pelas virtualidades, nunca poderia imaginar uma tal obra-prima e por autores portugueses! Logo, propus dar início a uma campanha de difusão – tanto quanto possível vasta e, mesmo, além fronteiras. Em Dezembro de 1973, Wanya – Escala em Orongo consumou-se em álbum e, a partir de então, teve uma notável carreira pública. Mas os autores não esqueceram aqueles trâmites e, em especial, o envolvimento que o fanzine Copra havia estimulado, com um destacável de Boomovimento." de um dos textos do prefácio-José Matos Cruz
Quando o livro saiu eu era miúdo, não o percebi muito bem. Felizmente tinha um irmão mais velho que me ensinava a ver as coisas – graças a ele vi, “antes de tempo”, os Clowns de Fellini, O Sétimo Selo de Bergman, um documentário a preto e branco sobre Bob Dylan, o fabuloso desenho animado Yellow Submarine, foi-me dado ouvir Procol Harum, os The Who, Led Zepellin, o António Correia de Oliveira, o José Mário Branco, os restantes cantautores que rasgavam este país, o Gainsbourg e a Jane Birkin, o rock psicadélico. Um mundo. Portugal nos anos que antecederam o 25 de Abril era a preto e branco, ainda, mas estava a ficar menos cinzento. Mário Castrim escrevia sobre televisão, Vilhena dava outro sabor ao conceito de riso à socapa, Nuno Bragança publicara A Noite e o Riso, Herberto Hélder e Mário Cesariny andavam por aí. E havia um milagre, já mais antigo, um dos muitos milagres à portuguesa, só que desta feita sem pastorinhos: os livros não iam à censura prévia, só póstuma. Em 1973, Wanya é um desses milagres, uma típica ave rara a prenunciar uma era nova. 1973, senhores! É obra.
Melhor dito: é uma obra. Obviamente, não percebi o livro, embora o tenha comprado e guardado preciosamente. E ainda bem que não o percebi – era para adultos, o livro. "de um dos textos do prefácio-Rui Zink
"A peça gráfica em que Wanya se apresentava tinha um aspecto invulgar para álbum de BD, de formato praticamente quadrado, em cuja capa sobressaía, e surpreendia, uma ilustração a preto e branco, simbiose entre ficção científica e erotismo. Importa dizer que o álbum estava a ser editado em Dezembro de 1973. Ao virar de quatro folhas do calendário outro tempo viria, mas o arrojo da obra de Nelson Dias, desenhador, e Augusto Mota, argumentista, que correspondia e até ampliava a impressão, de algo de transgressor, transmitida pela capa, mesmo numa fase política de maior abertura, causou espanto. E até pressagiava novas surpresas na BD, e não só."de um dos textos do prefácio-Geraldes Lino